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Amazon patenteia “pulseira ultrassônica” que monitora funcionário

Sistema permite acompanhar o processo e o tempo que o empregado leva nos depósitos

O centro logístico que a Amazon tem em Castellbisbal (Barcelona)
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José Mendiola Zuriarrain
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A maior loja online do planeta continua buscando sem descanso meios de obter a otimização de seus recursos. O processo de custos da gigante começa quando um cliente clica em “Comprar” e dá início a toda a operação que conclui com o mensageiro tocando a campainha da porta. Como reduzir ao máximo os custos sem perder nem um pingo de eficácia e mantendo os preços de venda competitivos? O fator humano desempenha um papel crucial e, nesse sentido, o colosso de Jeff Bezos patenteou um sistema baseado em sensores e pulseiras que permite localizar seus empregados em todos os processos do depósito.

A ideia veio à tona graças ao registro de duas patentes mediante as quais os depósitos da empresa ficariam repletos de sensores que controlariam a localização dos produtos ao mesmo tempo que leriam as pulseiras dos funcionários. A ideia básica dessa patente consiste em reduzir ao máximo os erros e o tempo perdido quando o empregado do depósito se dirige para a coleta de um produto da prateleira. Essas pulseiras contariam com um sistema de alertas hápticos pelos quais vibrariam com mais ou menos intensidade se a mão se aproxima ou se distancia do produto buscado, facilitando desse modo o processo para o funcionário.

A parte mais delicada desta nova patente é a que se refere à privacidade dos funcionários

O detalhe da patente implica que a Amazon saberia a todo momento qual funcionário está encarregado dos produtos, mas é fácil deduzir que toda essa informação permitiria também analisar rentabilidades, tempo de inatividade e eficácia dos empregados. No entanto, a gigante não especifica em sua patente como explorará toda a informação registrada e se concentra unicamente na otimização dos “processos que requerem tempo”, como a localização de produtos.

A parte mais delicada dessa nova patente é a que se refere à privacidade dos funcionários e, nesse sentido, um ex-empregado da empresa que trabalhou durante anos em um de seus depósitos declara a The New York Times ter se sentido coisificado “como um robô” e afirma que um dia caiu desmaiado por esgotamento: “Não há tempo nem para ir mijar”, explica. Esse trabalhador detalha que se os objetivos não são cumpridos “você é despedido”, e o périplo dele na empresa terminou anos mais tarde quando decidiu deixá-la por questões de saúde ao se sentir “extenuado”.

A patente pretende, segundo as informações divulgadas, a optimização dos “processos que requerem tempo”, como a localização de produtos

Contudo, são muitas as ocasiões em que os grandes do setor de tecnologia registram patentes que no final acabam não tendo uma aplicação real por parte delas mesmas. Essa patente, porém, volta a colocar sobre a mesa o crescente protagonismo dos wearables e seu inevitável conflito com a privacidade de seus portadores. Esse aspecto pode até mesmo chegar a afetar a segurança nacional, como vimos esta semana com a revelação de que várias pulseiras usadas para exercícios físicos mostram a localização de bases secretas e os movimentos de tropas do exército dos Estados Unidos. Algumas empresas estão começando a encontrar nessas pulseiras usadas para exercícios físicos uma possível economia de custos entre seus funcionários ao vincular a atividade com saúde dos funcionários e afastamentos do trabalho.

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