_
_
_
_
_

A janela de inverno europeia mais cara da história

Coutinho, Van Dijk, Aubameyang, Laporte e Lucas Moura: algumas das contratações milionárias feitas no meio da temporada. Janela fechou no último dia 31

Lucas Moura, apresentado como novo jogador do Tottenham, uma das transferências do último dia da janela.
Lucas Moura, apresentado como novo jogador do Tottenham, uma das transferências do último dia da janela.Adrian Dennis (AFP)
Mais informações
Neymar tem um preço
Dinheiro: o novo DNA do Barcelona

Uma reação em cadeia, como um quebra-cabeças onde se movem e encaixam peças. Assim foi a janela de transferências durante o mês de janeiro, responsável por gerar as maiores transações econômicas da história neste período tanto na La Liga como na Premier League, os dois campeonatos nacionais mais relevantes do mundo. Os espanhóis pulverizaram sua marca, que datava de 2008, quando esta janela do meio do ano ocorria em dezembro. Naquele ano, gastou-se 63 milhões de euros – o Real Madrid acertou com Huntelaar por 27 milhões, custo que até agora ninguém havia superado na metade da temporada. Ainda com várias operações acontecendo nas últimas horas permitidas para contratações, os clubes espanhóis fecharão janeiro com uma despesa total de 280 milhões de euros.

A chegada de Philippe Coutinho ao Barcelona quebrou o mercado e a ida de Íñigo Martínez da Real Sociedad ao Athletic Bilbao confirmou a tendência. O terremoto começou na Inglaterra, onde também se bateram recordes: de 276 milhões de euros no inverno europeu passado a 456 milhões no presente. Antes de que acabasse dezembro, o Liverpool anunciou um acordo com o Southampton para adquirir os direitos de Virgil Van Dijk, zagueiro holandês de 26 anos, por 85 milhões de euros. O holandês foi o defensor mais caro da história e abriu a possibilidade para que Liverpool e Barcelona acabassem as conversas que já duravam meses por Coutinho. 120 milhões de euros deram ao brasileiro o contrato mais caro do mercado invernal e o segundo da história, atrás apenas de Neymar no PSG, que foi o início de tudo. O que o Barça recebeu por Neymar, investiu em Dembelé ano passado e Coutinho e Mina agora; o clube também teve as saídas de Rafinha, Mascherano, Arda Turan e Deulofeu.

Não podiam faltar os dois clubes que mais gastam na Europa. Manchester é a meca do negócio futebolístico, e foi onde Pep Guardiola já contratou defensores e goleiros pelo valor de 330 milhões de euros. O último, Aymeric Laporte, custou 65 milhões de euros, pouco mais da metade do que investiu o Athletic para substituí-lo por Íñigo Martínez, que por sua vez foi sucedido por Héctor Moreno, mexicano que era da Roma. Em Old Trafford, Mourinho ficou com Alexis Sánchez, a quem convenceu com um contrato de quatro anos e meio e o salário mais alto da Liga inglesa, cerca de 22 milhões de euros anuais. E teve como consequência um tremor no Arsenal, que trocou o atacante chileno por Mkhitaryan e bateu o recorde estabelecido no verão europeu anterior com Lacazette ao pagar quase 64 milhões de euros por Aubameyang, além de assinar nas últimas horas um novo contrato com Mesut Özil até 2021. Para ajudar esse esforço econômico, recebeu 40 milhões de euros com Walcott, que foi para o Everton, e Giroud, que reforçou ao Chelsea; este liberou o atacante Batshuayi para acertar com o Borussia Dortmund. Por fim, o Tottenham acertou com Lucas Moura por 28 milhões de euros.

Tudo se completa com as habituais operações daquelas equipes cujos resultados não estão ao nível de sua expectativa e que, por isso, procuram um impulso na temporada durante janeiro. Na Espanha, há vários destes. Por exemplo, o Sevilla reforçou seu plantel com contratações em todos os setores: os laterais Guilherme Arana e Layún, o meio-campo Roque Mesa e o atacante Sandro, os dois últimos repatriados depois de sair há seis meses para a Inglaterra. Marc Bartra também regressa para se incorporar ao Bétis, que pagou pouco mais de dez milhões de euros ao Borussia Dortmund. Ao Villarreal chegam o atacante colombiano Roger Martínez e o meio-campo Javi Fuego, além meia-atacante Al-Dawsari, um dos três sauditas que chegam em virtude do acordo feito da La Liga com o governo da Arábia Saudita. O Espanyol trouxe o colombiano Carlos Sánchez e o Celta o atacante argentino Lucas Boyé. E nos clubes que brigam pela permanência na elite, se destacam o atacante italiano Pazzini, ex-Milan, no Levante, e o nigeriano Isaac Success no Málaga.

O contraponto a todo esse frenesi é o Real Madrid, que costumeiramente se contém durante janeiro. Lucas Silva foi sua última operação invernal, em 2015. Dois anos antes foi o goleiro Diego López e, em 2011, Adebayor por empréstimo. Justo nesse ano que chegou o togolês, a Liga espanhola permitiu que os jogadores pudessem mudar de clube independentemente da quantidade de jogos feitos no campeonato vigente. Essa liberdade e a percepção por parte dos grandes de que o mercado de inverno não é para corrigir erros e sim uma oportunidade para fortalecer seus elencos explicam o acontecido durante o último mês.

As contratações mais caras da janela

Coutinho (Liverpool - Barcelona): 120 milhões de euros

Van Dijk (Southampton - Liverpool): 78,8 milhões de euros

Laporte (Athletic Bilbao - Manchester City): 65 milhões de euros

Aubameyang (Borussia Dortmund - Arsenal): 63,7 milhões de euros

Bakambu (Villarreal - Beijing Guoan): 40 milhões de euros

Iñigo Martínez (Real Sociedad - Athletic): 32 milhões de euros

Lucas Moura (PSG - Tottenham): 28 milhões de euros

Walcott (Arsenal - Everton): 22,5 milhões de euros

Cenk Tosun (Besiktas - Everton): 22 milhões de euros

Carrillo (Mônaco - Southampton): 22 milhões de euros

Akanji (Basel - Borussia Dortmund): 21,5 milhões de euros

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_