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Estes são os cursos on-line mais procurados em todo o mundo

Falar bem em público, dominar o inglês e ter noções de aprendizado de máquina são os conhecimentos mais solicitados nas principais plataformas de ‘e-learning’

Christin Hume (Unsplash)
Ana Torres Menárguez

“Há muitos exemplos de erros absurdos que cometemos diariamente na nossa forma de argumentar. Ensinamos você a evitá-los.” Esta frase é a introdução do curso on-line Think Again: How to Understand Arguments (“pense outra vez: como entender argumentos”), o sexto mais procurado do mundo na plataforma Coursera, a maior do planeta, com 29 milhões de alunos. “Há muitos enganadores que vão tentar lhe convencer, e você precisa ter ferramentas para identificar argumentos falsos. Também para falar corretamente e não defender posturas injustificadas”, explica no vídeo Walter Sinnot-Armstrong, professor da Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA).

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É chamativo que 3 dos 10 cursos mais procurados na plataforma Coursera em 2017 sejam relacionados à construção de discursos. Em plena explosão tecnológica, falar bem em público é tendência. “O curso Machine Learning (aprendizado de máquina) e o Learning How to Learn (aprendendo a aprender) são de longe os mais solicitados. Nos últimos anos, as aptidões sociais e de comunicação vieram se somar às habilidades técnicas: o mercado exige pessoas capazes de aprenderem rápido e que saibam interagir de forma efetiva”, afirma Jeff Maggioncalda, executivo-chefe da Coursera.

Junto a outras prestigiosas plataformas, como a edX (lançada em 2012 por Harvard e pelo MIT) e a Udacity (criada no mesmo ano por um professor de Stanford), a Coursera colocou no mapa em 2011 os chamados MOOCs (“cursos maciços, abertos e on-line”, na sigla em inglês), que permitem a qualquer pessoa do planeta acessar conteúdos que antes disso eram exclusivos dos alunos dessas instituições de elite.

Em 2011, os professores de ciências da computação Daphne Koller e Andrew Ng, da Universidade de Stanford, lançaram a Coursera, que hoje conta com mais de 150 universidades vinculadas, e tem o magnata mexicano Carlos Slim entre seus acionistas. Os alunos podem escolher entre mais de 2.000 cursos, por um preço que vai de 100 a 330 reais, aproximadamente. Estas plataformas não declararam guerra às universidades, mas atraíram tamanha quantidade de alunos que mais de 300 instituições de ensino superior de todo o mundo se associaram a elas para oferecer os conteúdos mais inovadores.

Outra das grandes tendências é o aprendizado do inglês. Na lista dos 10 cursos mais procurados do ano na edX, o primeiro é como se preparar para o exame TOEFL, seguido pelo preparatório do IELTS e por outro curso de gramática. “Vemos um grande interesse por aprender novos idiomas, e existe uma grande demanda por cursos que permitam avançar profissionalmente. Também estão em alta as ciências da computação, os dados e o empreendedorismo”, observa Anant Agarwal, fundador da edX, que supera os 13 milhões de alunos no mundo todo e conta com mais de 130 universidades associadas.

A grande diferença da edX é que a inscrição nos cursos é gratuita, e só caso deseje um certificado oficial o aluno terá de pagar entre 81 e 325 reais, no caso dos MOOCs, e entre 1.940 e 5.420 pelos chamados micro-mestrados. “O que nos diferencia das universidades tradicionais é que oferecemos formação para toda a vida”, diz Sebastian Thrun, fundador da Udacity, com mais de oito milhões de alunos em todo o mundo. A Udacity é a plataforma de formação mais tecnológica, e há um ano lançou as nanograduações, um total de 20 programas de curto formato especializados em tecnologia, concebidos conjuntamente com Google, IBM, Facebook e Amazon, entre outras. Essas empresas levam esses programas em conta na hora de contratar novos funcionários. O Google, por exemplo, mantém 40 ex-alunos da Udacity na sua folha de pagamentos. “Um dos cursos de maior sucesso é como construir carros autônomos. Nós nos antecipamos ao futuro. Essa é nossa especialidade”. Os nanodiplomas da Udacity custam 660 reais por mês. A plataforma também oferece 150 MOOCs.

Mindfulness para Regular Emoções. Esse é o nome do curso mais procurado na plataforma Miriada X, mantida pela fundação Telefónica Educación Digital, que conta com 4,2 milhões de alunos registrados e mais de 500 cursos de 95 universidades da Espanha e América Latina. Os MOOCs de maior sucesso são relacionados às novas tecnologias: linguagens de programação, big data e segurança cibernética. O segundo grande grupo é o crescimento pessoal (coaching, liderança e gestão da mudança). Funcionários da plataforma destacam o curso de desenvolvimento em HTML5, CSS e JavaScript, do professor da Universidade Politécnica de Madri Juan Quemada, com várias edições e mais de 137.000 alunos. Por faixa etária, 59,28% dos seus alunos têm entre 25 e 44 anos, um sinal da mudança de tendência para a “formação permanente”, apontam.

Nas plataformas Emagister e Emagister Express, com quase oito milhões de usuários registrados e 8.600 cursos, aumentou a demanda por cursos de extensãoe, sobretudo, de pós-graduação oferecidos pelas universidades. MBA, Project Management e Ecommerce são os que mais despontaram em 2017, diz Bernard Granados, diretor do Emagister Express. Contrariando as previsões do Emagister, a formação semipresencial – chamada blended – “está estancada” em comparação ao alto crescimento da on-line, comenta Ferrán Ferrer, CEO do Emagister. "As tendências que mais se destacaram neste ano foram as vinculadas ao setor tecnológico: big data, matemática e análise de dados. O curso estrela continua sendo o de marketing on-line e recentemente o de product management",  conta Ferrer.

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