_
_
_
_

Estes são os cursos on-line mais procurados em todo o mundo

Falar bem em público, dominar o inglês e ter noções de aprendizado de máquina são os conhecimentos mais solicitados nas principais plataformas de ‘e-learning’

Christin Hume (Unsplash)
Ana Torres Menárguez

“Há muitos exemplos de erros absurdos que cometemos diariamente na nossa forma de argumentar. Ensinamos você a evitá-los.” Esta frase é a introdução do curso on-line Think Again: How to Understand Arguments (“pense outra vez: como entender argumentos”), o sexto mais procurado do mundo na plataforma Coursera, a maior do planeta, com 29 milhões de alunos. “Há muitos enganadores que vão tentar lhe convencer, e você precisa ter ferramentas para identificar argumentos falsos. Também para falar corretamente e não defender posturas injustificadas”, explica no vídeo Walter Sinnot-Armstrong, professor da Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA).

Mais informações
Aulas de ética na rede
“A inovação destrói empregos com mais rapidez do que a educação os salva”
‘College’, uma opção mais barata para estudar inglês no Reino Unido
“A maioria das universidades do mundo vai desaparecer”

É chamativo que 3 dos 10 cursos mais procurados na plataforma Coursera em 2017 sejam relacionados à construção de discursos. Em plena explosão tecnológica, falar bem em público é tendência. “O curso Machine Learning (aprendizado de máquina) e o Learning How to Learn (aprendendo a aprender) são de longe os mais solicitados. Nos últimos anos, as aptidões sociais e de comunicação vieram se somar às habilidades técnicas: o mercado exige pessoas capazes de aprenderem rápido e que saibam interagir de forma efetiva”, afirma Jeff Maggioncalda, executivo-chefe da Coursera.

Junto a outras prestigiosas plataformas, como a edX (lançada em 2012 por Harvard e pelo MIT) e a Udacity (criada no mesmo ano por um professor de Stanford), a Coursera colocou no mapa em 2011 os chamados MOOCs (“cursos maciços, abertos e on-line”, na sigla em inglês), que permitem a qualquer pessoa do planeta acessar conteúdos que antes disso eram exclusivos dos alunos dessas instituições de elite.

Em 2011, os professores de ciências da computação Daphne Koller e Andrew Ng, da Universidade de Stanford, lançaram a Coursera, que hoje conta com mais de 150 universidades vinculadas, e tem o magnata mexicano Carlos Slim entre seus acionistas. Os alunos podem escolher entre mais de 2.000 cursos, por um preço que vai de 100 a 330 reais, aproximadamente. Estas plataformas não declararam guerra às universidades, mas atraíram tamanha quantidade de alunos que mais de 300 instituições de ensino superior de todo o mundo se associaram a elas para oferecer os conteúdos mais inovadores.

Outra das grandes tendências é o aprendizado do inglês. Na lista dos 10 cursos mais procurados do ano na edX, o primeiro é como se preparar para o exame TOEFL, seguido pelo preparatório do IELTS e por outro curso de gramática. “Vemos um grande interesse por aprender novos idiomas, e existe uma grande demanda por cursos que permitam avançar profissionalmente. Também estão em alta as ciências da computação, os dados e o empreendedorismo”, observa Anant Agarwal, fundador da edX, que supera os 13 milhões de alunos no mundo todo e conta com mais de 130 universidades associadas.

A grande diferença da edX é que a inscrição nos cursos é gratuita, e só caso deseje um certificado oficial o aluno terá de pagar entre 81 e 325 reais, no caso dos MOOCs, e entre 1.940 e 5.420 pelos chamados micro-mestrados. “O que nos diferencia das universidades tradicionais é que oferecemos formação para toda a vida”, diz Sebastian Thrun, fundador da Udacity, com mais de oito milhões de alunos em todo o mundo. A Udacity é a plataforma de formação mais tecnológica, e há um ano lançou as nanograduações, um total de 20 programas de curto formato especializados em tecnologia, concebidos conjuntamente com Google, IBM, Facebook e Amazon, entre outras. Essas empresas levam esses programas em conta na hora de contratar novos funcionários. O Google, por exemplo, mantém 40 ex-alunos da Udacity na sua folha de pagamentos. “Um dos cursos de maior sucesso é como construir carros autônomos. Nós nos antecipamos ao futuro. Essa é nossa especialidade”. Os nanodiplomas da Udacity custam 660 reais por mês. A plataforma também oferece 150 MOOCs.

Mindfulness para Regular Emoções. Esse é o nome do curso mais procurado na plataforma Miriada X, mantida pela fundação Telefónica Educación Digital, que conta com 4,2 milhões de alunos registrados e mais de 500 cursos de 95 universidades da Espanha e América Latina. Os MOOCs de maior sucesso são relacionados às novas tecnologias: linguagens de programação, big data e segurança cibernética. O segundo grande grupo é o crescimento pessoal (coaching, liderança e gestão da mudança). Funcionários da plataforma destacam o curso de desenvolvimento em HTML5, CSS e JavaScript, do professor da Universidade Politécnica de Madri Juan Quemada, com várias edições e mais de 137.000 alunos. Por faixa etária, 59,28% dos seus alunos têm entre 25 e 44 anos, um sinal da mudança de tendência para a “formação permanente”, apontam.

Nas plataformas Emagister e Emagister Express, com quase oito milhões de usuários registrados e 8.600 cursos, aumentou a demanda por cursos de extensãoe, sobretudo, de pós-graduação oferecidos pelas universidades. MBA, Project Management e Ecommerce são os que mais despontaram em 2017, diz Bernard Granados, diretor do Emagister Express. Contrariando as previsões do Emagister, a formação semipresencial – chamada blended – “está estancada” em comparação ao alto crescimento da on-line, comenta Ferrán Ferrer, CEO do Emagister. "As tendências que mais se destacaram neste ano foram as vinculadas ao setor tecnológico: big data, matemática e análise de dados. O curso estrela continua sendo o de marketing on-line e recentemente o de product management",  conta Ferrer.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_