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Visibilidade trans é tema de debate no encontro ‘Gênero e diversidade’ FAAP - EL PAÍS

Evento gratuito e aberto ao público, que acontece nesta terça (14), discute a representatividade crescente dos transgêneros na sociedade brasileira

Enquanto milhões de pessoas assistiam ao primeiro beijo gay em uma novela da Globo em 2014 ou acompanhavam pela televisão neste ano a saga do transexual Ivan para ser aceito na novela A Força do Querer, alguma pessoa no Brasil morria por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Trata-se de uma contradição: o Brasil que cada vez mais aceita e respeita a população LGBTQIA+ — a sigla LGBT aumentou para contemplar mais sensibilidades — convive com o Brasil onde ainda se defende abertamente um tratamento de reorientação sexual (que ganhou a alcunha de cura gay) ou que é campeão em crimes de ódio.

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Assim, demandas por representatividade e direitos vêm ganhando cada vez mais espaço na sociedade. Para tentar compreender esse cenário, o ciclo FAAP – EL PAÍS sobre gênero e diversidade convidou protagonistas de um cotidiano marcado por essa contradição. Entre elas, Renata Peron, assistente social, cantora, militante, e presidente e fundadora do Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais (CAIS) e uma das precursoras na militância das causas LGBTQIA+ no país. E ainda, Maíra Reis, da Reversa Magazine, focada em cultura LGBTQIA.

Compõe a mesa, ainda, Gabriel Lodi, militante trans, e a cineasta Bárbara Cunha, que dirige o projeto “Borboletas e Sereias”, um documentário e uma série de 13 episódios a partir da experiência de crianças de 6 a 12 anos. O evento é gratuito e aberto ao público.

Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGGB), 343 morreram só em 2016 se consideradas apenas as notícias publicadas pela imprensa. Ou seja, uma pessoa foi assassinada a cada 25 horas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Já o “Relatório sobre Violência LGBTI fóbica no Brasil”, da Secretaria de Direitos Humanos, mostra que em 2011 foram denunciadas no Brasil 6.809 violações de direitos humanos contra esta população, envolvendo 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos. O estudo também mostra uma média de quatro violações sofridas por cada uma das vítimas, o que evidencia uma sobreposição de violências cometidas.

Mas o preconceito não se faz evidente apenas quando ocorre um crime de ódio. Milhares de pessoas são excluídas de suas famílias e de seus grupos de amigos por serem gays, lésbicas, transexuais... Muitos deixam de ser contratados ou são demitidos de seus empregos. Comentários, piadas e insultos são recorrentes. Ser chamado e reconhecido pelo nome social ainda é um desafio. Um beijo gay ainda é tabu — mesmo já estando presente na teledramaturgia brasileira.

Quando: 14 de novembro às 09h30

Como participar: Para participar ao vivo, alunos da FAAP e interessados deverão inscrever-se pelo site da FAAP (clique aqui). Também será possível acompanhar ao vivo pela TV FAAP, pela Rádio FAAP pelo site do EL PAÍS Brasil.

Onde: FAAP - Rua Alagoas 903, Higienópolis, São Paulo.

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