8 fotosOito razões científicas para a vida melhor dos solteirosE os truques que a comunidade científica usa para nos convencer do contrário, em uma sociedade que prefere aos casadosBuenaVida19 ago. 2017 - 17:58BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaO estudo mais longo feito sobre longevidade é o Terman Life-Cycle Study, iniciado por Lewis Terman com 1.077 meninas e meninos de 11 anos em 1921 e encerrado quando os participantes morreram. Toda uma vida medindo diversas variáveis, acima de tudo duas: num primeiro controle, em 1950, seu estado civil —se permaneceram solteiros, casados, se se divorciaram ou enviuvaram—, e num segundo momento, em 1991, a mortalidade. Conclusão? Os que nunca se casaram ou formaram um casal tiveram vida tão longa quanto os que se casaram e nunca se separaram. Isso significa que uma vez que se case é preciso ficar nessa condição para sempre para viver mais? “Lamentavelmente”, explica Bella DePaulo, “é algo que não poderemos nunca saber, porque para isso seria preciso levar a cabo um estudo no qual se atribuísse a cada participante um estado civil de forma aleatória —‘você precisa se divorciar’—; talvez desse modo pudéssemos comprovar, por exemplo, se uma pessoa que quisesse se separar, mas a quem foi determinado permanecer casada, teria levado uma vida miserável e curta”.Contra o mito de que os solteiros vivem na farra e isso afeta negativamente sua saúde cardiovascular, há um estudo feito ao longo de oito anos (1992 a 2000) com mais de 9.000 participantes, publicado no Journal of Marriage and Family. Após analisar homens e mulheres com diferentes estados civis —casado uma vez, casado pela segunda vez ou mais, viúvo, divorciado/separado, sempre solteiro—, ficou comprovado que no começo do estudo as solteiras e os solteiros tinham corações mais saudáveis. Com os anos, só os homens solteiros terminaram, ao fim do estudo, como os que tinham menos chances de sofrer doenças do coração. Outra pesquisa, com nada menos de 3,5 milhões de pessoas, foi apresentada pelos meios de comunicação como "o casamento faz bem para o coração" (aqui podem ser baixados os resultados, em Power Point). Realmente, os casados tinham melhor pontuação em quase todas as variáveis, exceto, por exemplo, nas doenças coronarianas, menos frequentes entre os solteiros. Problemas: só foi medida numa ocasião, e, já se sabe, correlação não significa causalidade, e a amostra não foi aleatória, e sim feita com base em pessoas que viram um anúncio.Entre uma observação —“casam e engordam”— e um fato científico há um longo caminho. O primeiro passo foi um importante estudo realizado pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos (CDC) entre 100.000 norte-americanos, que concluiu que as pessoas casadas engordavam mais que as solteiras, mas essa pesquisa analisava os participantes somente em determinado momento, tornando difícil saber se essas pessoas tinham sido sempre assim ou se o casamento havia provocado o ganho de peso. Mas uma análise realizada na Austrália com 6.000 mulheres, ao longo de 10 anos, chegou à mesma conclusão: as mulheres casadas, e especialmente as casadas que tinham filhos, engordavam mais que as solteiras. Os pesquisadores —destacou o The New York Times— indicam outro estudo anterior que provava que os homens com filhos tinham tendência maior à obesidade, “devido a fatores sociais e comportamentais, entre outras razões.Contra a alegação de que o casamento leva a sexo melhor e mais frequente há estes dados. Uma macroenquete fez a 26.000 norte-americanos a seguinte pergunta: “Com que regularidade, aproximadamente, você fez sexo nos últimos 12 meses?”. Os dados coletados entre 1989 e 2014 levaram a uma conclusão curiosa, que no entanto não rendeu manchetes os casados, aqueles com parceria estável e os divorciados praticam cada vez menos sexo, ao passo que os solteiros têm vida sexual cada vez mais ativa. As linhas de tendência são opostas entre uns e outros, e, conforme se faça a leitura, os solteiros ultrapassaram os casados em frequência sexual ou estão mais perto que nunca de superá-los. Como assim, conforme a leitura? O método tradicional faz cálculos a partir das respostas: por exemplo, numa escala de 0 a 6, o 6 significa mais de três vezes por semana, o que os pesquisadores traduzem automaticamente em cinco vezes por semana. Como o resultado foi, pela primeira vez na história, vencedor para os solteiros, houve um recálculo, limitando-se ao número de respostas que os participantes davam em cada ponto da escala. E não é só isso. DePaulo explica em seu livro que “a respeito dos problemas sexuais que os homens podem enfrentar, como problemas de ereção, ejaculação precoce e dor nas relações, os solteiros não têm por que invejar os casados. E quando ambos os grupos da população atingem resultados diferentes, são os que falaram ‘sim, quero’ que têm mais dificuldades”.Dormir juntos é um hábito relativamente recente, que não se popularizou até a Revolução Industrial, quando compartilhar a cama se tornou um poderoso incentivo econômico, segundo relata em seu livro At Day’s Close: Night in Times Past (no fim do dia: a noite no passado) o historiador e professor de tecnologia Roger Ekirch. Por que decidimos continuar a fazer isso depois é um mistério: não apenas há os diferentes costumes —cortina aberta ou fechada—, como se eleva a temperatura na cama, quando o recomendado é dormir a entre 15ºC e 20ºC, um pode facilmente acordar o outro, e falta espaço; segundo a Unidade Multidisciplinar do Sono da Fundação Jiménez Díaz, aproximadamente a metade da população masculina e um quarto da feminina roncam.O cortisol, o hormônio do estresse, manifestou-se de forma evidente quanto as participantes de um estudo realizado somente entre mulheres foram submetidas ao experimento descrito a seguir. O grupo foi dividido em dois, e de ambos foi medido o nível de cortisol a partir de um exame de saliva. Depois foi pedido que uma parte concentrasse seu pensamento em seu par, enquanto o outro grupo deveria pensar na amizade entre pessoas de sexos diferentes. Isso era acompanhado pela projeção de imagens que ajudavam a focar o pensamento. As que deveriam pensar em seu companheiro romântico apresentaram nível de cortisol sensivelmente superior, com diferença que era muito mais acentuada entre as participantes que se caracterizavam por, em geral, pensar muito nas relações.Parece que os solteiros são mais conscientes dos hábitos que os beneficiam, ou pode ser uma questão de tempo, mas o caso é que enquanto os casados dedicam mais tempo a seu par, os que vivem sozinhos acabam cuidando mais de sua forma física. Um estudo colheu dados de mais de 13.000 norte-americanos com entre 18 e 64 anos —embora os dados tenham sido obtidos num só momento, o que impede de saber a mudança de hábitos em caso de mudança de estado civil. Foi perguntado quais esportes, numa lista de 16, as pessoas tinham praticado nas duas semanas anteriores e quantos minutos haviam sido dedicados a eles. Os homens solteiros tinham praticado em média 8 horas e 3 minutos, contra 6 horas e 10 minutos dos divorciados, 5 horas e 46 minutos dos viúvos e 4 horas e 47 minutos dos casados no momento da coleta de dados. Para as mulheres: 5 horas e 25 minutos as solteiras, contra 4 horas e 17 minutos das divorciadas, 4 horas das casadas e 3 horas e 13 minutos das viúvas. Nessas duas semanas havia uma brecha de mais de três horas de exercício entre solteiros e casados e de quase uma hora e meia entre solteiras e casadas.Dois dados que podem parecer paradoxais: os casados ganham mais, mas os solteiros têm menos dívidas. Primeiramente esclarecemos de onde vêm os dados e depois resolvemos a equação. Um estudo realizado na Alemanha pela Universidade de Bielefeld entre 12.245 participantes revelou que os homens casados tinham salário consideravelmente mais alto que o dos solteiros. E, dentro do primeiro grupo, aqueles cujas companheiras não trabalhavam ganhavam ainda mais. E ainda, aqueles que viviam com seu par, mas não eram casados, recebiam entre 15% e 20% mais que os solteiros. Mas o endividamento, mostra pesquisa, é menor entre os solteiros. A pergunta: como isso é possível? Há muitas teorias: desde a discriminação até que as organizações consideram que o fato de ter ido ao altar mostra que os casados são pessoas fiéis a seus compromissos. Outra explicação é o incentivo do dinheiro: os casados valorizam mais o pagamento num posto de trabalho que os solteiros e valorizam mais os aspectos mais relacionados às tarefas próprias do trabalho.