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‘ABBA, a invenção da FIFA que mistura pênaltis com tênis

Aplicada durante o Mundial Sub-20, a medida imita a distribuição de saques do tie-break

GORKA PÉREZ
Faríñez consegue defender um pênalti cobrado por Nicolás de la Cruz.
Faríñez consegue defender um pênalti cobrado por Nicolás de la Cruz.JEON HEON-KYUN (EFE)

A disputa de pênaltis talvez seja o momento da partida de futebol que combina mais situações numa só. É o instante em que os técnicos devem decidir quem bate e, mais importante, em que ordem. Ao longo da história desse esporte, foi desenvolvida uma gama de teorias a respeito. Alguns dizem que é melhor para um time começar a disputa, transferindo assim a pressão ao adversário – obrigado a igualar ou melhorar a marca obtida no tiro anterior. Outros preferem chutar depois, de modo a exercer a pressão no primeiro batedor e contar com a vantagem de saber o que aconteceu antes. Também há debates sobre se é melhor colocar o melhor cobrador de pênalti no início ou em último lugar, quais jogadores incluir no meio da lista, e por aí vai. Agora, porém, as normas de jogo mudaram – e toda essa discussão pode ser inútil.

A FIFA aplicou uma nova regra sobre a forma de dividir a ordem dos pênaltis entre as duas equipes. Com base na maneira em que os tenistas se enfrentam na etapa do tie-break, a organização decidiu imitar a fórmula para esse tipo de situações. O sistema foi batizado de “ABBA” porque o primeiro time (A) baterá só um pênalti no início, e o seguinte (BB) deverá chutar duas vezes consecutivas. Em seguida, o time A retomará a iniciativa, mas, a partir desse ponto, em sequências de duas cobranças (AA). Essa mudança altera o modelo atual (ABAB), em que os batedores das duas equipes se alternam.

A norma estreou no Mundial Sub-20, na partida entre as seleções de Uruguai e Portugal. Os uruguaios venceram começando a série de pênaltis depois dos rivais. Para aplicar a regra, a FIFA pretende que “ambos os clubes cheguem em igualdade de condições à última cobrança” e “equilibrar a pressão que a ordem dos pênaltis pode gerar”. A cena se repetiu durante as semifinais entre Uruguai e Venezuela – que se classificou para a final.

Há um mês, no final de maio, a seleção espanhola sub-17 tornou-se campeã da Europa ao vencer na final da Inglaterra na disputa de pênaltis, quando o sistema também foi utilizado. A medida parece ter sido bem recebida pelas seleções que disputam o Mundial Sub-20. E, embora ainda não seja aplicada nos campeonatos profissionais, os testes continuarão sendo realizados ao longo de todo o torneio.

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