Russell Westbrook iguala o recorde de triplos-duplos em uma temporada da NBA
Armador do OKC chega a 41 triplos-duplos, marca atingida por Oscar Robertson há 54 anos
A NBA é uma fábrica de recordes que, nove meses por ano, não para de produzir histórias que misturam números e heróis. A projeção de talento e espetáculo e a evolução imparável dos atletas não dão trégua à enciclopédia. Em 14 de abril do ano passado, os Warriors superaram a mítica barreira das 72 vitórias obtidas pelos Chicago Bulls de Michael Jordan em 1996 e, na noite desta terça, Russell Westbrook, do Oklahoma City Thunder, igualou outra marca legendária, dessas que pareciam inalcançáveis: a de 41 triplos-duplos (ou seja, mais de 10 pontos, 10 rebotes e 10 assistências em um jogo) em uma só temporada instaurada por Oscar Robertson em 1962-1963. O pivô do Thunder obteve 12 pontos, 13 rebotes e 13 assistências na vitória de sua equipe contra os Milwaukee Bucks (110-79) e deu mais um passo em sua febril corrida rumo ao título de MVP (jogador mais valioso) da liga profissional de basquete norte-americano.
Westbrook se tornou o primeiro jogador na história da NBA a conseguir encadear sete triplos-duplos consecutivos em duas ocasiões na mesma temporada. Michael Jordan obteve sete uma vez na temporada de 1988-89, e Robertson, também fez isso uma vez na temporada de 1960-61, em que estabeleceu aquela que era até agora a melhor marca da NBA; Westbrook já o alcançou. Nesta quarta-feira, contra os Memphis Grizzlies de Marc Gasol, num duelo direto pela sexta vaga da Conferência Oeste nos play-offs, continuará sua luta com a estatística em busca dos nove triplos-duplos consecutivos em poder do recordista Wilt Chamberlain, a quem também igualou no quarto lugar da lista de triplos-duplos totais, com 78. Recordes e mais recordes com toda a equipe a favor da obra. Os marcos como missão coletiva.
“É uma honra aparecer nas manchetes junto a Oscar Robertson. Foi um jogador de basquete diferenciado, e sua capacidade inspiradora me permitiu jogar hoje em dia”, afirmou Westbrook em seu modesto discurso depois da façanha. Antes do descanso, aproximou-se do triplo com que alcançou os 12 pontos; poucos minutos depois do início do terceiro quarto, obteve seu 10º rebote; e pouco depois deu de presente a Taj Gibson sua décima assistência, para deixar o placar em 67-42. Foi o triplo-duplo número 78 em sua carreira. Outro marco na temporada de seu agigantamento. O passo adiante depois da saída de Kevin Durant de Oklahoma fez sua condição de líder disparar até alturas insuspeitadas.
Eleito na quarta posição do draft de 2008 pelo Oklahoma City (na época Seattle SuperSonics), Westbrook compartilhou vestiário com Durant por oito temporadas, nas quais perderam três finais de Conferência e chegaram à final de 2012, onde caíram frente ao Miami Heat de LeBron. Depois de seis presenças consecutivas no All Star Game, em que foi eleito duas vezes o MVP (2015 e 2016), nesta temporada os registros de Westbrook dispararam. Quando conseguiu um triplo-duplo, a marca de sua equipe se situa em 31 vitórias e 9 derrotas; quando não chegou a isso, os registros caem espetacularmente, para 12-24. “Não me importam os recordes, só quero ganhar jogos”, declarou na véspera de igualar Robertson. Aos 28 anos, não para de devorar cifras. Contra os Hornets, superou a barreira de 15.000 pontos na liga – é o terceiro jogador da franquia de Oklahoma que obtém essa marca, depois de Gary Payton e Kevin Durant. Faltando cinco jogos para o fim da regular season, já fechou os duplos algarismos no compartimento de rebotes e lhe faltam apenas 16 assistências para completar um triplo-duplo de média na liga.
O recorde contra os Bucks deixa Westbrook em boas condições na reta final da disputa pelo MVP, num mano a mano com James Harden, que terminou por derrubar nos prognósticos as candidaturas de LeBron James e Kawhi Leonard. MVP para Harden ou para Westbrook?, perguntaram há alguns dias a Kobe Bryant. “Deveria haver um MVP compartilhado. Não se pode ficar com uma só das temporadas que eles estão completando. Nunca antes tínhamos visto algo assim. Se você se dirigisse a cada um deles individualmente, se desfariam em elogios ao outro. O justo seria que compartilhassem o título, porque nunca antes se viu algo igual”, respondeu a lenda dos Lakers. Uma solução salomônica para uma temporada estratosférica.
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