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Lucas Hernández, julgamento pela manhã e Champions em Leverkusen pela tarde

Zagueiro voará em avião fretado à Alemanha nesta terça, após depor ao juiz pela briga com sua namorada

Ladislao J. Moñino
Lucas Hernández disputa a bola com Jonny Castro em uma partida contra o Celta.
Lucas Hernández disputa a bola com Jonny Castro em uma partida contra o Celta.CURTO DE LA TORRE (AFP)

Na sexta-feira, antes da partida contra o Sporting de Gijón pelo Campeonato Espanhol, o técnico Diego Simeone deixou escapar que Lucas Hernández viajaria a Leverkusen apesar de na manhã de terça precisar comparecer às 11h (7h de Brasília) no julgamento sobre a briga com sua namorada há poucas semanas. Simeone o incluiu na lista de convocados para a partida de ida das oitavas de final da Champions, contra o Bayer Leverkusen, e a intenção do clube é que o zagueiro viaje após seu depoimento em um avião fretado, mas a opção de um voo comercial não está descartada. O Atlético de Madrid tentou adiar o depoimento do jogador, pedido negado pelo juiz.

Desde o ocorrido com sua namorada, e com as lesões de Godín e Giménez, Lucas disputou 41 minutos no Camp Nou, na partida de volta das semifinais da Copa do Rei, e jogou as duas partidas completas do Campeonato Espanhol contra Celta e Sporting Gijón. Novamente, sua capacidade de abstração para competir espantou o clube. Ele já o fez na temporada passada nas quartas de final da Champions League contra o Barcelona, quando apesar de ser novato jogou duas partidas muito sóbrias. Dessa vez, o assunto era mais complicado, mas sua evolução contribuiu para acalmá-lo.

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Nos primeiros momentos, diante da dimensão midiática da briga e por ter sido apontado como suposto autor de um crime de violência de gênero, Lucas se viu levado pelos acontecimentos. Apesar da promotoria pedir sete meses de prisão para ele e seis para sua companheira por crime de agressão no âmbito familiar, a decisão da juíza de Majadahonda, especializada em Violência contra a Mulher, de abster-se por não se tratar de um caso de violência de gênero e repassar o caso aos tribunais penais deixou o zagueiro aliviado, que admitiu a briga com sua companheira, mas denunciou que ela também o agrediu. Durante o processo posterior aos fatos, de acordo com fontes próximas ao caso, a companheira de Lucas tentou chegar a um acordo econômico para encerrar o caso, mas a defesa do jogador se negou. A proposta foi recusada porque teria sido interpretada como se o jogador comprasse o silêncio dela para resolver o assunto.

Fontes próximas ao jogador afirmam que este errou ao não deixar o chalé que ambos dividiam há cinco meses para evitar o problema, mas também que o ocorrido lhe servirá de lição para o futuro. Durante essas semanas, o atleta se mostrou tranquilo e focado no futebol. Foi-lhe aconselhado que usasse o celular o menos possível. No jogo de Gijón, Lucas foi um dos melhores do Atlético em campo. Teve um duelo difícil com os 2,03 metros de Lacina Traoré, mas se saiu bem dele em vários lances. Inclusive uma levada de bola que realizou saindo de trás, quebrando a pressão no meio-campo que foi estimulada por seus companheiros, em especial por Koke, que o cumprimentou depois da jogada.

A dúvida é se Simeone o colocará no time titular ou se optará por Giménez. O técnico argentino prefere ver como ela estará mentalmente no dia da partida. Sua presença, de toda forma, fará com que o Atlético conte com três centrais na Alemanha (Savic, Giménez e o próprio Lucas), já que Godin, lesionado, não viajou.

Na lista de convocados também está Jan Oblak, já recuperado de uma contusão no ombro. Resta ver, também nesse caso, se Simeone ousará colocar o goleiro esloveno em campo tão rapidamente, em um confronto tão decisivo.

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