A incrível mutação de Cristiano Ronaldo: 100 gols na Champions League
Maior artilheiro da Liga dos Campeões, CR7 chega ao centésimo tento com hat-trick contra o Bayern de Munique
Maior artilheiro da história da maior competição europeia, Cristiano Ronaldo chegou aos 100 gols na Champions League com o três marcados diante do Bayern de Munique, que garantiu a classificação do Real Madrid para as semifinais. O português não é daqueles que dissimulam. Seus gestos falam por si. Quando recebe vaias da torcida, bufa, sacode a cabeça de um lado para o outro e solta algum palavrão ocasional. Quando não marca, costuma se alterar e nem sempre se queixa de seus erros, mas das falhas dos companheiros, porque considera que tal bola não chegou aos seus pés como deveria. Nas noites mais infelizes, com o gol tantas vezes cruzado que a bola não entra de jeito nenhum, já o vimos ficar alheio ao jogo. Mas agora, além dos gols decisivos, Cristiano descobriu que, sem caretas ou bufadas por não ser o centro das atenções, pode ajudar a equipe de Zinedine Zidane coletivamente.
Como se tivesse assumido que também pode ser de outra maneira e não necessariamente marcando. Praticamente todas as oportunidades de gol que Benzema teve nos jogos contra o Napoli, pelas oitavas de final, nasceram dos pés de Cristiano, com quem o francês se entende muito bem. A assistência do português no gol de Kroos foi sua quinta na Champions. É o jogador do Real Madrid com maior número de assistências na competição continental e também de gols (7). Mais um sinal do que parece estar sendo uma mutação. Uma mutação que, certamente, não é muito planejada, mas ditada pela passagem do tempo e também pela rivalidade que tem com Lionel Messi. Também se tornou, após o passe para o tento de Kroos, o atleta com mais assistências na história da competição, com 31, contra 30 do galês Ryan Giggs, ex-Manchester United.
Elogios de Zidane
A velocidade do português não é a do jogador que chegou ao clube blanco em 2009. Cristiano agora tem 32 anos e teve de aprender a dosar suas energias. Também para evitar o desgaste dos joelhos e das cartilagens que o incomodou nos últimos anos.
Por isso Zidane incluiu-o nos rodízios, para que ele chegue em perfeitas condições aos três últimos meses da temporada. Consciente de que já não pode mais marcar 50 ou 60 gols por ano – nos oito em que está no Real Madrid, exceto no primeiro, em que ficou sem jogar por várias semanas devido a uma lesão, nunca fez menos do que 50 –, Cristiano percebeu que pode contribuir com outras coisas. Em paralelo à evolução que, por exemplo, teve Messi, que está sendo bastante apreciado apesar da queda em seu desempenho como goleador, ele viu que existem outros aspectos além do gol.
Tudo é questão de assimilar isso porque ele sempre viveu dos gols e do protagonismo que estes conferem. Aos poucos, novamente vai reencontrando o caminho do gol. Foram cinco nos confrontos somados com o Bayern. Normalmente, se Cristiano fica sem marcar, Zidane sempre é perguntado sobre o estado de ânimo do português. Depois da vitória classificação contra o Napoli, foi o técnico francês quem mencionou o nome de CR7. Ele o fez quando foi perguntado sobre Benzema. “Também quero destacar a partida de Cristiano, foi muito boa”.
Vimos o português jogar como centroavante em várias partidas, mas é uma posição em que ele não se sente confortável. Sempre tende a cair para os lados, porque é o seu habitat natural. Na Champions, ele chegou a ter menos gols que assistências. Agora, com o Real nas semifinais, ele já se aproxima de seus números da temporada passada. Mais completo e decisivo como sempre, Cristiano Ronaldo renasce no momento certo para manter a hegemonia merengue na Europa.
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