_
_
_
_
_

Morre Mary Tyler Moore, lenda da comédia

A atriz, indicada ao Oscar por ‘Gente como a Gente’, morre aos 80 anos num hospital em Connecticut

Mary Tyler Moore em sua série.
Mary Tyler Moore em sua série.
Eneko Ruiz Jiménez

Mary Tyler Moore (Nova York, 1936) representa uma televisão que não existe mais, um mito difícil de repetir. A atriz, uma lenda da tela pequena, não foi apenas uma das primeiras mulheres a estrelar uma comédia com seu nome em Mary Tyler Moore (The Mary Tyler Moore Show, 1970-1977) como se tornou referência para as atrizes cômicas que vieram depois: de Tina Fey a Ellen Degeneres. A atriz, indicada ao Oscar em 1980 por Gente como a Gente, de Robert Redford, morreu na quarta-feira num hospital em Connecticut depois de sofrer complicações do diabetes, doença da qual, em vida, tornou-se porta-voz.

Mais informações
O reencontro das rebeldes Thelma e Louise
Alec Baldwin, o comediante que irrita Donald Trump

Tyler Moore começou a carreira como bailarina e com pequenos papéis na televisão, mas o que lhe deu seu primeiro reconhecimento foi seu papel de esposa do protagonista (com 24 anos, era 11 mais nova do que seu companheiro) na clássica sitcom The Dick Van Dyke Show (1961-1966), em que apareceu em 158 episódios. Seus três nomes lhe valeram para que o produtor se lembrasse de sua imagem espevitada quando a escolheram. Laurie Petrie deu o primeiro dos seus seis Emmys (de 14 indicações) e um dos seus três Globos de Ouro. “Sei que isso não acontecerá novamente”, disse em seu primeiro discurso.

A fama da série autobiográfica de Carl Reiner, a última inteiramente em preto e branco, serviu para que ela se diplomasse na televisão em cores em seu próprio seriado, The Mary Tyler Moore Show,  exibida no Brasil pela Globo, no qual James L. Brooks (outro grande pioneiro) a transformou em Mary Richards, uma jovem solteira e moderna que trabalhava numa rede de televisão. A personagem foi talhada para ela. A série não só durou sete temporadas como foi responsável por três spin-offs: Phyllis, com Cloris Leachman (1975-1976); Rhoda, com Valerie Harper (1974-1978) e, especialmente, Lou Grant (1977-1982), um drama derivado da comédia que girava em torno do personagem irascível de Ed Asne

Tyler Moore, que passou sua vida intercalando sua carreira com a Broadway, fez quase tudo em televisão, desde interpretar a Mary Todd Lincoln em uma minissérie sobre o presidente norte-americano a protagonizar numerosos especiais de variedades onde dava mostra de seus dotes para o baile e a canção. Nenhuma outra série deu-lhe, no entanto, o reconhecimento daquelas comédias pioneiras da telinha, embora também tenha participado de de The Ellen Degenere show ou Frasier, por exemplo.

Sua grande conquista, no entanto, foi abrir as portas da televisão às atrizes cômicas que vieram depois: "Era a única série pela qual eu ficava sem dormir quando criança", recordava Tina Fey em um especial dedicado a ela em 2015.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_