21 fotos20 viagens no tempoDa cidade de Éfeso, na Turquia, às ruínas maias de Tikal e Caracol, um roteiro por enclaves históricosLonely Planet12 jan. 2017 - 19:38BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaCom o aroma evidente da selva, da terra e da pedra, Tikal era, há 1.200 anos, uma movimentada metrópole maia. Atualmente, a floresta dá as boas-vindas ao visitante, entre cipós, gritos de animais e, de vez em quando, o grasnar dos pássaros que hoje habitam a antiga cidade. O sítio arqueológico maia mais importante da Guatemala é, segundo os especialistas, comparável à antiga Roma em extensão (26 quilômetros quadrados), população e poder político, mas apenas 10 por cento de seus edifícios foram escavados. O resto permanece sob mil anos de mata densa. Para visitá-lo, os visitantes se hospedam em Flores (a 65 quilômetros) ou El Remate, mas quem dorme no parque pode desfrutar de um espetáculo único: ver o sol nascer do alto de um templo antigo.Jan Wlodarczyk (agefotostock)Os monumentos desta lista foram construídos pedra a pedra, exceto a cidade subterrânea de Lalibela, o enclave histórico mais importante de Etiópia. As onze igrejas monolíticas desse complexo monástico foram esculpidas diretamente da rocha durante os séculos XII e XIII, de cima para baixo. Sede da Igreja Ortodoxa Etíope, um dos ramos mais antigos do cristianismo, Lalibela atrai peregrinos de todo o país. O morro que se eleva sobre Biet Ghiorgis, a igreja mais famosa do complexo (na foto), oferece uma bela vista do pôr-do-sol.J.D. Dallet (agefotostock)Não é uma cidade e já deixou de ser proibida, o que a torna ainda mais desconcertante. O enorme complexo palaciano, o maior do mundo e lar de 24 imperadores chineses durante 500 anos, é o mais alto expoente do esplendor dinástico, com salões majestosos e portões magníficos. Em nenhum outro lugar da China se concentram tantas histórias, lendas e intrigas imperiais. Durante a Revolução Cultural de Mao, militantes violentos quiseram destrui-lo, mas por sorte se salvou. Na Cidade Proibida de Pequim tudo é superlativo: entre o Portão de Tiananmen, ao sul (por onde se acessa), até o Portão do Poder Divino que se abre para o Parque Jingshan, ao norte, há quase um quilômetro (e 750 metros de leste a oeste), tudo rodeado por uma muralha de 10 metros de altura e um fosso.caizier (Getty)Apesar de ter sido uma das cidades mais importantes do mundo e capital do Reino do Sião durante 400 anos, Ayuthaya se vê eclipsada pela vizinha Angkor Wat (Camboja). Com seus ‘chedi’ (estupas) e budas sem cabeça, oferece uma visão fugaz de glórias passadas e é fácil imaginar os fantasmas do império espreitando entre as ruínas do palácio, outrora repletas de tesouros. Em seu apogeu, contava com 400 templos, mas foi arrasada pelo exército invasor birmanês em 1767. Atualmente podemos ver mais de uma dúzia de ruínas restauradas. Fica a uma hora de Bangcoc e se pode chegar de barco, ônibus ou trem.wuttichok (Getty)Quando as pirâmides egípcias de Gizé não eram mais que um projeto faraônico e Stonehenge ainda tinha de ser esculpida na rocha, a aldeia de Skara Brae, no arquipélago das Órcades, já era um movimentado centro da Idade da Pedra. Depois de séculos enterrado sob as dunas, o complexo de antigas moradias veio à luz durante uma tempestade em 1850. O sítio arqueológico está tão bem conservado que parece que seus habitantes acabaram de sair para pescar. Até os móveis de pedra (camas, caixas e armários) sobreviveram 5.000 anos. Nas incursões por ruínas antigas às vezes é difícil sentir o abismo dos séculos ou uma conexão com as pessoas que as construíram, mas esses magníficos vestígios pré-históricos causam um efeito imediato no viajante. A visita começa com uma excelente exposição interativa, continua pela casa reconstruída e termina nas escavações. São a melhor janela que pode haver para o Período Neolítico. Skara Brae se encontra em uma baía arenosa a 13 quilômetros de Stromness, em Mainland, a maior ilha das Órcades.Duncan Davis (Getty)Éfeso é um dos sítios arqueológicos mais incríveis do mundo. Importante cidade grega na Antiguidade, foi convertida pelos romanos em capital da Ásia Menor. O templo de Ártemis foi o maior jamais construído e se tornou uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Quase toda a cidade continua debaixo da terra, mas, vendo o material impressionante que já foi escavado, é inevitável pensar nas surpresas que ainda estão por descobrir. Tudo é admirável, das altas colunas da Biblioteca de Celso (na foto) ao grande anfiteatro. Um museu fascinante mostra casas construídas umas sobre as outras como se fossem peças de Lego. A rua principal que atravessa Éfeso está cheia de edifícios fabulosos e arenas de gladiadores, mas também é possível explorar cantos mais tranquilos e igualmente evocadores, ou subir a colina e admirar a extensão das ruínas. Selçuk é o lugar mais conveniente para se hospedar ali perto e os melhores horários de visitação são o início da manhã e o fim da tarde, para evitar o calor e as hordas de turistas.Andrey Nekrasov (agefotostock)Karnak, perto de Luxor, foi conhecida durante algum tempo como Ipet-Sut (o lugar mais amado), uma afirmação corajosa em um país que abriga Abu Simbel e as pirâmides de Gizé. Para os antigos egípcios, era o lar terreno do deus Amon, um monumental complexo religioso com 25 santuários, obeliscos e uma avenida de esfinges que teria chegado a três quilômetros de comprimento. Tudo é gigantesco, especialmente as 134 colunas em forma de papiro da sala hipóstila. A arquitetura ciclópica de 3.500 anos resiste ao tempo. Os horários de visitação vão de 6h30 a 17h30 no inverno e de 6h a 18h no verão; toda noite há espetáculos de sons e luzes.Seb Oliver (Getty)Elevando-se sobre a planície, a simbólica rocha de Sigiriya é, sem dúvida, o lugar mais espetacular do Sri Lanka. As paredes quase verticais culminam em um topo achatado onde descansam as ruínas de uma antiga civilização, com relevos e pinturas murais. O nome Sigiriya (Rocha do Leão) vem das enormes garras de leão que marcam o local da porta de acesso ao antigo palácio. O entorno, com fossos cobertos de nenúfares, jardins aquáticos e altares serenos, só aumenta o encanto. Sigiriya fica a leste de Inamuluwa, entre Dambulla e Habarana.Bruno Morandi (Getty)Os restos da esplêndida cidade dos cartagineses espalham-se por Byrsa, um pacato bairro residencial costeiro a nordeste da capital Túnis. Um passeio pelas escavações desse bairro permite vislumbrar como era a vida em Cartago. Em seguida, sobe-se a colina de Byrsa passando pelo fórum erguido pelos romanos, depois de arrasar a cidade ao final da terceira guerra púnica. Os escassos vestígios dão testemunho da fragilidade dos impérios. O transporte de Túnis a Cartago é feito pelo trem metropolitano TGM, que conecta as estações Tunis Marine e Hannibal-Carthage.tingra (Getty)Devido a sua localização em um país pouco visitado pelo turismo internacional, as ruínas de Timgad são menos conhecidas pelos viajantes, mesmo pelos que têm interesse especial pelo Mundo Antigo. Mas valem a pena. É a mais impressionante de todas as colônias romanas do Norte da África, um conjunto muito extenso que reúne quartéis, termas, santuários e colunatas. A colônia militar de Roma fundada pelo imperador Trajano teve seu apogeu nos séculos II e III, mas, depois, abrigou também um forte bizantino. É um claro exemplo do urbanismo romano, com seu plano ortogonal cruzado pelo ‘cardus’ e pelo ‘decumanus’, em que se destaca o arco de Trajano (na foto), ainda em pé no centro do conjunto. Timgad fica nos montes Aurés e a cidade de acesso é Batna.Ivan Vdovin (Getty)Em seu apogeu no século XIII, Kilwa Kisiwani era a sede de um sultanato e o centro de uma ampla rede comercial que conectava os antigos reinos shona e as minas de ouro de Zimbábue com a Pérsia, a Índia e a China. Devido a sua história apaixonante de riqueza e glória, é um pouco estranho que hoje seja um pacato porto pesqueiro sob o sol escaldante. Mesmo assim, as mesquitas e palácios suaílis em ruínas continuam sendo um tesouro que lembra tempos passados. Está a uma travessia de ‘dhow’ de Kilwa Masoko, na costa leste da Tanzânia; os guias são obrigatórios.Nigel Pavitt/John Warburton-Lee (Getty)As altíssimas portas de Fatehpur Sikri escondem uma verdadeira obra de arte indoislâmica. Esta antiga cidade fortificada foi a efêmera capital do império mongol no século XVI, durante o reinado do imperador Akbar. Segundo a história muçulmana, Akbar construiu a majestosa cidade em homenagem ao santo sufi local xeque Salim Chishti, que previu acertadamente o nascimento de um herdeiro ao trono mongol. Uma reluzente tumba branca e etérea em honra ao santo jaz no interior da imensa mesquita de Jama Masjid (foto), ícone da cidade e única parte que ainda é usada atualmente. Entra-se subindo grandes escadarias e atravessando a enorme Buland Darwaza (porta da vitória), de 54 metros. O resto é hoje uma cidade fantasma, muito bonita, sem dúvida. Fatehpur Sikri está a 40 quilômetros de Agra e é fácil de visitar em uma excursão de um dia.Meinzahn (iStock)Muito poucas cidades antigas em ruínas são tão cativantes quanto esta. Persépolis, patrimônio mundial, era o centro do grande império persa e as escadarias e portas monumentais mostram a enormidade a que chegou. Da mesma forma, as colunas destruídas mostram como seu fim, nas mãos de Alexandre Magno, foi contundente e impiedoso. Os belíssimos baixos-relevos das escadarias de Apadana e os restos do Palácio das 100 Colunas se aproximam da perfeição feita em pedra. Shiraz é uma boa base de operações para uma visita a Persépolis.Walter Bibikow (Getty)Os antigos gregos e romanos deixaram sua marca em Butrinto, uma cidade comercial fortificada e posterior centro eclesiástico bizantino que hoje se tornou um complexo de ruínas dentro de um pequeno parque nacional. Os restos de uma acrópole, um teatro do século III no meio do bosque (na foto) e banhos públicos com mosaicos são algumas das joias dilapidadas que ainda persistem. O belo lago Butrinto serve de tranquilo pano de fundo para estas ruínas, a 18 quilômetros de Saranda.Michael Runkel (Getty)A cidade-jardim de Polonnaruwa viveu seu apogeu no fim do século XII com o rei Parakramabash, depois do saque da primeira capital de Sri Lanka, Anuradhapura (que ainda pode ser visitada). O que torna essa cidade em ruínas irresistível é a sensação de descobrir seu dia a dia na Antiguidade: seus complexos sistemas de irrigação e a sublime arquitetura, desde estupas gigantes e budas esculpidos (foto), até lagos paisagísticos e bibliotecas. A grandeza decadente dessa metrópole medieval é fascinante. Está a quatro horas de ônibus de Kandy e a seis de Colombo de trem. É melhor explorá-la de bicicleta.Grant Faint (Getty)Na maior cidade medieval da África subsaariana é possível subir em antigas pedras e ruínas, explorar gretas estreitas e refletir sobre sua importância. A Grande Zimbábue do século XI é um dos lugares mais espetaculares do país e patrimônio da humanidade. É especialmente bonita com a luz do amanhecer ou o anoitecer que lhe dá um ar espiritual. Recomenda-se tomar uma ‘kombi’ táxi desde Masvingo até o Great Zimbabwe Hotel. Dali é preciso andar um quilômetro até a porta principal.Andrew McConnell (Getty)Caracol oferece as vistas mais espetaculares de Belize do alto do edifício mais proeminente do país, apesar de exigir uma certa disposição para que sejam contempladas: esta cidade abandonada há um milênio está escondida em uma selva quase impenetrável. Em seu momento de esplendor máximo, viviam ali 150.000 pessoas, o dobro das que hoje habitam a cidade moderna de Belize, e rivalizava com a próxima Tikal (Guatemala). Hoje Caracol está vazia e desafia os aventureiros com o acidentado caminho que a comunica com a civilização. No entanto, vale a pena, porque tudo que se escavou é espetacular. Templos e tumbas ocultos, praças e campos de esportes belamente restaurados e, sem dúvida, a pirâmide de Caaná (lugar no céu), de 43 metros de altura, o edifício mais alto da Belize contemporânea.Witold Skrypczak (Getty)Baalbek é um dos sítios arqueológicos mais importantes do Oriente Médio e um dos complexos de arquitetura romana mais ambiciosos fora da Roma Antiga. Esta coleção de impressionantes templos situa-se no vale de Bekaa, no Líbano, a duas horas de carro de Beirute. Primeiro foi um santuário fenício dedicado ao deus Baal, depois uma cidade grega e mais tarde a Heliópolis romana. Uma construção colossal: quando se sobe as escadas do templo de Júpiter podemos nos sentir insignificantes entre as gigantescas colunas de granito.Gavin Hellier (Getty)Por mais que se saiba o que se vai encontrar, a surpresa é inevitável quando se contempla Machu Picchu da Porta do Sol, sobretudo depois de quatro dias percorrendo o Caminho Inca. Mas esta antiga cidadela não é única apenas pela paisagem espetacular que a emoldura, ou por como se aferra às ladeiras andinas, mas porque continua sendo um enigma total. Ninguém sabe por que foi construída, nem por que foi abandonada. Entre as muitas teorias, estão até as que apontam a uma zona de aterrissagem de alienígenas. Hiram Bingham, o arqueólogo que encontrou as ruínas em 1911 e as escavou durante anos, acreditava ter encontrado Vilcabamba, a cidade perdida dos incas. No fim, cada visitante cria sua própria teoria quando chega, não sem esforço, ao Templo da Lua, no alto do Huayna Picchu, a montanha que se eleva sobre as ruínas (ao fundo, na foto). Os viajantes costumam chegar a Machu Picchu de Cusco, de trem até Águas Calientes. A partir do quilômetro 88, é possível percorrer a pé os 42 quilômetros do Caminho Inca.Manuel ROMARIS (Getty)A cidade romana, destruída pela erupção do Vesúvio no ano 79, é outro desses sítios arqueológicos turísticos que não decepciona. Aqui você continua sentindo a ameaça do vulcão ali perto e ao passear por suas ruas antigas é fácil imaginar como, em certo momento, ficou sepultada pelas cinzas. Pompeia deve ter sido uma maravilha, uma cidade fundada no século VII que tinha se transformado em local da moda na Baía de Nápoles para os romanos que queriam passar dias de descanso. Tinha 66 hectares de extensão e ainda não foi totalmente escavada. Apesar disso, é impossível ver em um único dia tudo que encerra: o foro, um impressionante anfiteatro (o mais antigo em pé do mundo), termas, diversos palácios e templos, os bordeis com seus chamativos afrescos, as ruazinhas e ruas de pedras enormes onde se podem ver as marcas dos carros. Tudo parece parado por um momento, sobretudo quando se contemplam os moldes de gesso que imortalizam as pessoas encolhidas de medo diante da repentina chegada da lava. Impressionante.Atlantide (Getty)