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Tel Aviv ‘derruba’ a efígie dourada do ‘rei Netanyahu’

Intervenção artística sobre culto a personalidade do primeiro-ministro israelense cria alvoroço público

A estátua dourada de Netanyahu é retirada da praça Rabin, nesta terça-feira.Foto: reuters_live | Vídeo: EFE / REUTERS
Juan Carlos Sanz

Os cidadãos que passeavam no início da manhã desta terça-feira pela praça Isaac Rabin, em Tel Aviv, se depararam de surpresa com uma estátua dourada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre um pedestal branco. Alguns pareciam se perguntar se o culto à personalidade do líder, de estilo norte-coreano, havia chegado a Israel. Tratava-se, porém, de uma provocadora montagem do artista local Itay Zalait, que vinha alertando dias atrás pelos meios de comunicação, com insistentes e-mails, que estava preparando uma “ação subversiva” que daria o que falar para verificar os limites da liberdade de expressão no país.

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Amplificada pelo Facebook, e com as emissoras de TV transmitindo ao vivo diante do “monumento ao rei Bibi”, a performance realizada diante da Prefeitura de Tel Aviv foi o assunto das conversas em todo o Estado judeu. Uns tentavam decifrar a simbologia bíblica do signo icônico do bezerro de ouro. Outros viam uma sinistra significação, já que o lugar era conhecido como praça dos Reis de Israel até o assassinato em 1995 do primeiro-ministro Rabin nessa mesma esplanada.

De nada serviram tantas conjecturas. Em um movimento de origem espontânea, dezenas de pessoas convocadas por mensagens trocadas pelas redes sociais foram até o local da estátua com o objetivo de derrubá-la, como a efígie de Saddam Hussein em Bagdá em 2003. Desta vez o paralelismo parecia muito mais evidente. A sede do Governo da capital econômica e cultural de Israel acabou exigindo que o artista retirasse a estátua da via pública.

A ministra da Cultura, Miri Regev, se apresou a responder a Zalait no Facebook: “Israel é uma democracia e um dos países mais livres do mundo”. Regev, que foi general do Exército encarregada da censura militar, se tornou célebre por suas ácidas polêmicas com figuras da cultura israelense claramente esquerdistas, às quais tentou impor sua visão ultraconservadora. “O verdadeiro bezerro de ouro desta ação foi o ódio a Netanyahu”, disse a ministra, de origem sefardita. Como é sabido, as escrituras relatam que os judeus foram castigados por Deus por adorarem um ídolo de ouro.

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