_
_
_
_
_
Novo Governo dos EUA

Donald Trump indica general da reserva como secretário de Defesa

Como o presidente eleito dos Estados Unidos, defende uma estratégia mais firme contra o terrorismo islâmico

Mattis, em uma audiência no Congresso em 2010.
Mattis, em uma audiência no Congresso em 2010.YURI GRIPAS

James Mattis, general aposentado dos Fuzileiros Navais, foi o escolhido por Donald Trump para ser seu secretário de Defesa, segundo confirmou o presidente eleito na quinta-feira em um comício em Cincinnati (Ohio). O The Washington Post tinha antecipado a notícia algumas horas antes.

Mais informações
Guns N’ Roses demonstra sua oposição a Trump em show no México
Trump salva metade dos empregos de fábrica que seria transferida para o México
Quando a mentira de um presidente deixa de ser notícia
‘Navy Seals’: contratam-se mulheres

Mattis, apelidado de Mad Dog ou Cão Furioso, era o favorito para o cargo, mas sua nomeação, que deve ser aprovada pelo Senado, não está garantida. Antes é preciso votar uma exceção, já que a lei proíbe que os responsáveis pela defesa tenham servido nas Forças Armadas sete anos antes de sua indicação.

Mattis, de 66 anos, passou para a reserva há menos de quatro anos. O único precedente aconteceu em 1950, quando o Congresso aprovou uma exceção para George Marshall, o mítico general da Segunda Guerra Mundial e promotor do plano de reconstrução da Europa após o conflito. A designação corre o risco de diluir as barreiras entre o mundo civil e militar na complexa burocracia do Pentágono.

Trump já escolheu o general da reserva Michael Flynn como seu assessor de segurança nacional e pode indicar como secretário de Estado o general David Petraeus, também na reserva.

Mattis é um especialista em Oriente Médio e um dos estrategistas militares mais importantes dos últimos anos. Como o presidente eleito dos Estados Unidos, defende uma estratégia mais firme contra o terrorismo islâmico e o Irã, e uma aproximação com Israel. Em abril passado, definiu o regime de Teerã como “a ameaça mais duradoura para a estabilidade e a paz” na região e disse que o acordo nuclear não será um freio para as ambições atômicas do país.

Mattis e Trump gostam de falar em termos agressivos e consideram que a presidência de Barack Obama enfraqueceu a marca dos EUA no Oriente Médio. Mas o general da reserva guarda distância de Trump em algumas questões. Defende um papel intervencionista de Washington na arena internacional, algo que o republicano questiona. E se opõe ao uso da tortura contra suspeitos de terrorismo, enquanto Trump apoia a técnica proibida de simulação de afogamento (waterboarding).

Por trás de sua fachada de homem duro e franco, Mattis tem uma faceta humanista e intelectual. Durante seu tempo no Iraque, incitava os soldados a estarem conscientes de que deviam tratar adequadamente a população civil. E dava listas de livros que deviam ler. É conhecida sua paixão por Lawrence da Arábia e Marco Aurélio.

Mattis se aposentou em 2013 como chefe do Comando Central do Exército dos EUA, responsável pelo Oriente Médio e Ásia Central, depois de mais de quatro décadas de serviço no Corpo dos Fuzileiros Navais. Também foi responsável pelo processo de transformação da OTAN, uma organização que Trump questionou em campanha. E teve um papel central em algumas das batalhas mais importantes das guerras no Afeganistão e no Iraque.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_