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Trump anuncia que deixa seus negócios para se concentrar na presidência

O presidente-eleito afirma que, apesar de não ser obrigado a fazê-lo, quer evitar conflito de interesses

Trump, em 19 de outubro.
Trump, em 19 de outubro.David Goldman (AP)
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Donald Trump, presidente-eleito dos Estados Unidos, anunciou que está deixando sua atividade empresarial para se concentrar totalmente no governo da nação. Trump fez o anúncio através do Twitter, onde afirma que dará uma entrevista coletiva em Nova York em 15 de dezembro para divulgar mais detalhes. “A presidência é uma tarefa muito mais importante”, destacou.

“Vou realizar uma importante entrevista coletiva em Nova York, com meus filhos, em 15 de dezembro, para discutir o fato de que vou deixar totalmente meus negócios para me concentrar exclusivamente na administração do país e fazer com que os Estados Unidos sejam de novo uma grande nação”, afirma o magnata.

O império de Trump é bastante variado, mas o grosso de seus negócios conhecidos se concentra nos setores imobiliário, turístico e de lazer, com campos de golfe. Durante a campanha presidencial, o futuro inquilino da Casa Branca entregou um documento obrigatório por lei que mostrava seu patrimônio financeiro. Segundo a Reuters, ele abarca mais de 500 bens em todo o mundo.

O magnata afirmou que sua fortuna beira os 10 bilhões de dólares, número que exibiu em sua campanha como aval de sua capacidade de gestão. No entanto, a agência econômica Bloomberg reduziu essa quantia para 3 bilhões de dólares.

Nos tuítes publicados nesta quarta-feira, Trump recorda que não é obrigado por lei a abandonar a administração de suas empresas. “Apesar de não ser obrigado por lei a fazê-lo, sinto que é visualmente importante, como presidente, que não haja nenhum conflito de interesses com meus diversos negócios”, afirmou. O presidente-eleito diz que já estão sendo preparados todos os documentos para que ele deixe seus negócios de maneira completamente legal.

A possibilidade de Trump continuar vinculado a sua empresa durante a Presidência, que começará em 20 de janeiro, foi um dos assuntos preferidos da imprensa norte-americana nas últimas semanas.

A legislação dos Estados Unidos proíbe que qualquer empregado federal – inclusive o presidente – receba presentes de governos estrangeiros, e Trump poderia entrar em conflito com a lei se uma de suas empresas for destinatária de empréstimos ou investimentos enquanto ele ocupa a Casa Branca.

Segundo uma investigação da revista semanal Newsweek, o conglomerado de empresas de Trump o levou a construir edifícios na Turquia, na Índia, na Coreia do Sul e no Azerbaijão. Além disso, ele é beneficiário ou possui ações em fundos com sede fiscal em outros países, entre eles a República Dominicana.

Na Rússia, o presidente-eleito colaborou com Felix H. Sater, que, segundo o The New York Times, o colocou em contato com o fundador de uma construtora que levou potenciais investidores a reuniões com Trump em seu escritório em Nova York. A mesma firma “ocasionalmente recebeu injeções não identificadas de dinheiro a partir de contas no Cazaquistão e na Rússia”, afirma o jornal.

Outro de seus credores internacionais, o Banco da China, também poderia gerar conflito. Segundo outra investigação do New York Times, a instituição do Governo chinês concedeu um empréstimo de 950 milhões de dólares para realizar um projeto com um grupo de empresas, entre elas uma de propriedade de Trump, que recebeu 30% da quantia.

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