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Petróleo dispara com perspectiva de acordo da OPEP

Países produtores se reúnem em Viena para avaliar uma possível redução da produção

O ministro de Energia da Arábia Saudita durante reunião da OPEP.
O ministro de Energia da Arábia Saudita durante reunião da OPEP.H. P. BADER (REUTERS)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se reúne nesta quarta-feira em Viena para discutir um corte na produção da commodity para aumentar os preços, que caíram de 120 dólares (414 reais) por barril, em janeiro de 2014, para menos de 50 dólares na cotação atual. Mesmo com a remota perspectiva de acordo há alguns dias, representantes da Arábia Saudita, o maior produtor mundial, do Irã e do Iraque demonstravam otimismo sobre a possibilidade de chegar a um consenso nesta quarta-feira.

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“Estamos próximos [de um acordo]”, disse o ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zangeneh, a repórteres a caminho da sede da OPEP, em Viena. “Não haverá um congelamento [do nível de produção], e sim outro tipo de acordo”, adiantou Zangeneh, depois de uma reunião informal de vários ministros do grupo de exportadores em um hotel no centro de Viena. De acordo com suas declarações, durante a reunião foi definido um “marco” para o acordo. Já o ministro do Petróleo do Iraque, Jabbar al-Luaibi, estava esperançoso sobre as perspectivas para um acordo. “Há muita esperança [de um acordo]”, disse o ministro iraquiano, sem dar mais detalhes. O ministro de Energia da Arábia Saudita, Khaled al-Falih, afirmou que há uma “sensação otimista e positiva” diante da reunião, embora tenha evitado comemorar antes do acordo final.

Os 14 membros da OPEP, responsáveis por um terço da produção mundial de petróleo, fecharam um acordo preliminar em setembro, na Argélia, para limitar a produção para entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, em comparação com os atuais 33,64 milhões. O problema é como distribuir a redução. A Arábia Saudita quer que o corte da oferta não se limite aos membros da OPEP, mas também seja realizado por outros países produtores, como a Rússia.

O Irã é totalmente contrário ao corte na produção — de cerca de 3,8 milhões de barris por dia —, já que pretende voltar ao nível que tinha antes das sanções ocidentais. Quando essas sanções estavam em vigor, a Arábia Saudita, o seu arquirrival na OPEP, aproveitou para aumentar a produção para até 10,5 milhões de barris por dia; por isso, o Irã exige que o reino saudita corte sua produção em um milhão de barris diários. Agora, segundo o ministro saudita, Riad estaria disposta a aceitar que Teerã congele seu nível atual de produção, enquanto a Arábia Saudita reduziria a sua em cerca de meio milhão de barris por dia, para 10,07 milhões. De qualquer forma, a situação atual se mostra confortável, uma vez que o ministro prevê que os preços tendem a subir no ano que vem, sem a intervenção da OPEP.

Já o Iraque se recusa a fazer qualquer corte na produção, porque precisa de receita para continuar sua guerra contra o Estado Islâmico.

Se o corte na produção de petróleo se materializar, será o primeiro em oito anos e, diante de uma oferta reduzida, as cotações tendem a subir. Em qualquer caso, os mercados se animaram com a expectativa de um acordo da OPEP. O barril de petróleo tipo Brent é negociado acima de 49,5 dólares, uma alta de quase 7% em relação aos 46,4 dólares na abertura da sessão.

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