FBI volta a inocentar Clinton pelo caso dos e-mails privados
A nova investigação, que prejudicou a candidata democrata na campanha eleitoral, acaba sem resultados


A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, recebeu uma boa notícia neste domingo, dia 6 de novembro. Mas talvez seja tarde. O FBI isentou Clinton pela segunda vez do uso de uma conta particular de e-mails quando era secretária de Estado.
A dois dias das eleições presidenciais, o diretor da agência, James Comey, revelou em uma carta a vários congressistas que a revisão dos novos e-mails deixou inalteradas as conclusões sobre a inocência de Clinton.
Comey põe fim assim à tormenta que marcou o final da campanha eleitoral para as eleições de terça-feira. Ao anunciar, em 28 de outubro, que seus agentes se dispunham a examinar novos e-mails relacionados à candidata democrata, colocou no centro da campanha um caso que reduziu as aspirações de Clinton. Seu rival, o republicano Donald Trump, utilizou o anúncio para reiterar sua mensagem, não comprovada, da suposta criminalidade de Clinton e chegou a afirmar que o escândalo era pior do que Watergate.
Concluída a revisão das novas mensagens, e assim como havia prognosticado a própria Clinton, nada ficou provado. “Segundo nossa análise, não mudamos nossas conclusões expressas em julho em relação à secretaria Clinton”, diz Comey na carta publicada no sábado, dia 5 de novembro. Em julho, o próprio Comey recomendou não abrir processo contra Clinton por seu uso irregular de e-mails durante o período à frente do Departamento de Estado, entre 2009 e 2013. Assim, deu o caso por encerrado.
Clinton deveria ter usado uma conta oficial do Governo que permitisse que suas comunicações fosse arquivadas. Além disso, é possível que com o uso de um computador particular, instalado em sua residência em Chappaqua, cidade próxima a Nova York, ela pudesse enviar, possivelmente de forma inconsciente, informação classificada.
A reabertura do caso dos e-mails, na reta final da campanha, aconteceu dentro de outra investigação. Os agentes encontraram novas mensagens em vários aparelhos eletrônicos de propriedade do ex-deputado Anthony Weiner, investigado por enviar mensagens obscenas a uma menor. Weiner é ex-marido de Huma Abedin, braço direito de Clinton.
O FBI apressou a revisão dos novos e-mails para poder esclarecer, antes das eleições de 8 de novembro, as dúvidas trazidas pelo anúncio de Comey, em 28 de outubro.
O anúncio, feito em uma carta ambígua e confusa, dava margem a interpretar que os agentes estavam investigando Clinton porque tinham encontrado informação suspeita. E colocou uma instituição suprapartidária no centro da luta política e Comey sob suspeita de ingerência política, o que lhe valeu críticas do próprio presidente Barack Obama. Ainda não se sabe que efeitos terá sobre o resultado eleitoral. O anúncio da nova análise reforçou a imagem de Clinton como uma política pouco transparente, ou realmente corrupta, segundo seus adversários.
A carta de deste domingo não só isenta Clinton como também isenta Comey das suspeitas de intervenção.
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