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Bonito de ver, complicado de jogar

Luis Enrique volta a cair contra Berizzo, o único técnico que ganhou mais de uma vez do seu Barcelona

Luis Suárez cai diante do Celta.
Luis Suárez cai diante do Celta.MIGUEL RIOPA (AFP)

“Será bonito de ver e complicado de jogar”, havia antecipado Luis Enrique antes de embarcar para Vigo. O treinador asturiano se sente à vontade nesse pedaço da Galícia. Ali viveu um ano idílico: um time cheio de jogadores jovens e em ascensão, muito receptivos a uma ideia futebolística que pôde ser trabalhada quase sem pressões, seja da diretoria, da imprensa ou da torcida. Luis Enrique é feliz no Balaídos e quando encontra o Celta e sua gente, mas só até a bola começar a rolar. Após três gols em 11 minutos, afundou-se na sua poltrona, e um dèja vu se instalou; há um ano, sua equipe sofreu dois em cinco minutos, também na metade do primeiro tempo.

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Se alguém tem uma solução para travar a engrenagem dessa que é considerada a máquina mais azeitada do futebol mundial, referência goleadora nos últimos anos, esse alguém deve ser Eduardo Berizzo, único técnico até hoje a vencer o Barcelona de Luis Enrique em duas ocasiões no Campeonato Espanhol – no último domingo, por 4 x 3. Ele está, aliás, dois pontos acima dos demais treinadores, graças a um terceiro triunfo (os dois últimos em Balaídos e um anterior no Camp Nou).

Talvez por um tique emprestado de Marcelo Bielsa, o argentino não concede entrevistas individuais, mas suas coletivas são livros abertos que mostram para onde direciona a organização dos seus times. Fala de futebol e explica. Berizzo foi criticado em Vigo pela marcação individual no setor defensivo, até que ficou claro que ela se baseava em mudanças semelhantes à do basquete. “Defesa individual por zona”, gosta de definir o treinador argentino. Por aí o Barcelona, que entrou bem na partida, tentou fazer cócegas no começo, com Neymar causando incêndios a partir de posições centrais, para as quais atraía Hugo Mallo. Arda caía para a lateral esquerda e por lá fabricou duas chegadas. Mas quando o Celta acertou sua distribuição em campo traçou um plano ofensivo, que começa sem a bola. “Apostamos nas nossas armas e confiamos nelas. Antes do grande esforço físico, também nos preparamos mentalmente com o entusiasmo de podermos ganhar a partida”, disse Berizzo

Iago Aspas admitiu que o Celta chegou ao final da partida "quase sem gasolina", e Piqué acha que a derrota lhes servirá de lição

O Celta mais uma vez atrapalhou o Barcelona pela forma como interpretou a pressão, mas sobretudo pela maneira como se dispôs a controlar a bola quando a recuperava e a buscar o gol sem retórica. Três deles partiram dessa ideia, o primeiro de um mau passe de Ter Stegen que encontrou Busquets distraído; o segundo numa recuperação e contra-ataque do Cabral finalizado por Iago Aspas, ambicioso no dois contra um, ajudado também pela contribuição sem bola de Hernández, poderoso na mobilização; e o terceiro após superar Arda. Atropelado, o Barcelona se entregou à pressa do desespero e morreu num erro grosseiro de Ter Stegen, que desafiou excessivamente a capacidade de pressão do rival e concedeu o quarto gol, para impedir uma virada que seria histórica. “Chegamos quase sem gasolina ao final”, justificou Iago Aspas. “A entrada de Iniesta deu futebol a eles”, observou Berizzo. Agora pode-se discutir a atuação do goleiro alemão, as decisões na escalação inicial, e se guardar Iniesta foi ou não uma boa ideia. Mas, como tudo nesse pesadelo azul-grená contra o Celta, que além do mais não atravessa seu momento mais brilhante, órgão que está de Nolito e com Orellana ausente, tem mais a ver com o coletivo do que com o individual. “Falar da escalação é muito fácil depois da derrota. Na primeira parte ficamos abatidos, não chegaram muito, mas marcaram os gols. Depois melhoramos, e quase deu tudo certo. É uma lição que vai nos servir”, esquivou-se Gerard Piqué.

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