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Piscina fica verde na Rio 2016 e ninguém sabe o motivo

Organizadores estão investigando as causas, mas afirmam que não existe perigo aos atletas

Gloria Rodríguez-Pina

A água da piscina do Centro Aquático Maria Lenk, onde acontecem as provas de saltos de trampolim dos Jogos Olímpicos Rio 2016, passou de uma imaculada cor azul clara a um verde turvo de um dia para o outro. Os porta-vozes do comitê de organização dos Jogos não souberam explicar na terça-feira o motivo da transformação, mas afirmaram que as análises feitas até o momento confirmaram que “não existe nenhum risco à saúde dos atletas”.

“Estamos investigando para determinar as causas do ocorrido, mas nos alegra informar que a competição se encerrou com sucesso”, afirmou Simon Langford. Outro porta-voz, Mario Andrada, reconheceu diretamente: “Não sabemos por que ficou verde”. A água da piscina que está ao lado, no mesmo local, continua azul.

A piscina de saltos era assim na segunda-feira, apenas um dia antes:

Dean Mouhtaropoulos/ (Getty Images)

Na terça essa era sua nova cor (a foto foi tirada do outro lado das arquibancadas).

Antonio Bronic (Reuters)

A organização emitiu um comunicado no qual afirma que o comitê organizador da Rio 2016 leva muito a sério “assegurar a alta qualidade das instalações”, mas não respondeu às perguntas da imprensa após a competição.

Na falta de uma explicação oficial que esclareça o que aconteceu, profissionais de microbiologia da água do laboratório Control (de Madri) explicaram ao EL PAÍS que podem ser algas, e nesse caso o problema poderia ser resolvido em poucas horas acrescentando hipoclorito na água. Por outro lado, outro especialista com 22 anos de experiência, Karim Raisuni, do laboratório Adinsa, opina – com reservas, porque evidentemente não analisou a água – que pela rapidez da coloração é mais provável que seja uma reação do cloro com um metal como o ferro.

A mesma piscina, com um dia de diferença.
A mesma piscina, com um dia de diferença.Matt Dunham (AP)

Com a oxidação do ferro a água muda de cor, mas esse problema também seria de fácil solução e “poderia ser resolvido rapidamente com o tratamento químico adequado”. Essa hipótese só pode ser confirmada após a análise da água e a averiguação de como essa piscina foi tratada (enchida com água nova, que poderia trazer o metal em questão, filtrando, etc). “Não é prejudicial, mas não é estético e também não é conveniente que tenha tanto ferro”, afirma Raisuni.

O jornal The New York Times coloca razões parecidas: o surgimento de algas e um metal. O Vox acrescenta uma terceira hipótese: a reação da urina com o cloro.

O treinador da equipe canadense, Mitch Geller contou à agência AP que todo mundo se perguntou o que está acontecendo, e fez suas próprias elucubrações sobre as possíveis causas. “Acho que o filtro está danificado, mas não estou certo. Realmente não é perigoso. Não é como se fosse tóxico, estivesse suja ou algo assim”, disse antes de acrescentar: “Parece que piorou durante a competição”.

Mas os mais surpresos com a mudança são sem dúvida os atletas que precisam utilizá-la, como o britânico Tom Daley, que na segunda-feira entrou em uma água normal e na terça-feira se perguntou no Twitter o que havia acontecido.

As ganhadoras da competição de saltos femininos sincronizados, Chen e Liu Huixa, não foram influenciadas pela mudança. “Não acho que nos afetou de nenhuma forma”, afirmou Chen, vencedora do ouro.

Adam Pretty (Getty Images)
Adam Pretty (Getty Images)
Adam Pretty (Getty Images)

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