‘Pokémon GO’, os motivos que alçaram ao fenômeno o jogo de realidade aumentada
Milhões de pessoas estão imersas no sucesso da Nintendo que se joga andando nas ruas
Na segunda-feira o Central Park estava repleto de jovens que percorriam o parque de um lado para o outro olhando a tela do celular, apontando com sua câmera para as árvores para encontrar uma nova criatura ou obter objetos em lugares estratégicos. Os estabelecimentos também foram beneficiados por sua popularidade e começaram a realizar promoções nos Estados Unidos para atrair treinadores e convidá-los a consumir, com o pretexto de capturar mais criaturas Pokémon.
O Pokémon Go (ainda não presente no Brasil) representa à perfeição como uma tecnologia, neste caso, a realidade aumentada, que consiste em localizar elementos virtuais dentro do mundo físico visto através de uma tela, passa de ser um nicho ou brinquedo de uns poucos aficionados para se tornar algo muito maior. Neste caso, os jogadores percorrem as ruas de sua cidade ajudados por um mapa virtual, buscando com suas câmeras mais Pokémons para capturar. A ideia não é nova. Há várias empresas que oferecem a tecnologia aos setores profissionais e o Google tentou popularizar tal tecnologia com seus Glass, os excêntricos óculos que caíram no esquecimento.
Mas o Pokémon Go volta a demonstrar que a tecnologia só é adotada maciçamente quando "desaparece", quando se aplica a algo que as pessoas querem, para lá das especificações. Bastou uma boa ideia e uma franquia popular para conseguir isso. É a ponta de lança de que a tecnologia necessitava e que empresas como Facebook querem tornar uma de suas principais fontes de receita na próxima década.
Pokemon GO is just insane right now. This is in Central Park. It's basically been HQ for Pokemon GO. pic.twitter.com/3v2VfEHzNA
— Jon (@IGIhosT) July 11, 2016
O título está estimulando as relações sociais de seus usuários, que conhecem outros jogadores e conversam com eles nos pontos estratégicos que o aplicativo mostra, e fomentando a atividade física, já que obriga os jogadores a saírem de suas casas para andar em busca de mais Pokémons e objetos. Muitos usuários encontraram no videogame a desculpa perfeita para abandonar o sedentarismo, um dos maiores problemas nos países desenvolvidos.
Mas também surgiram os primeiros problemas: ladrões que se aproveitam de aglomerações de jovens com celular à mão, casas que foram "amaldiçoadas" ao acaso e constituem uma parada para coletar objetos no mundo virtual, o que faz com que muitos jovens se dirigem a elas e se reúnam no local, ou os alertas obrigatórios que as autoridades tiveram de emitir sobre o perigo que representa, por exemplo, olhar para a tela do celular enquanto se está dirigindo.
Pokémon GO tem por base a realidade aumentada que localiza elementos virtuais dentro do mundo físico através de uma tela
O game foi desenvolvido pela Niantic –uma empresa nova criada dentro do Google e que se tornou independente no ano passado graças à reestruturação empresarial relacionada à Alphabet— em parceria com a Pokémon Company, a empresa responsável pela franquia e que distribui os direitos de sua exploração entre Nintendo, Game Freak e Creatures.
O Ingress, um game de ficção científica e com enredo aberto de realidade aumentada, foi o primeiro projeto da Niantic. Ele utiliza os mapas do Google e a tecnologia de realidade aumentada para introduzir seus jogadores em uma luta pelo controle de portais divididos entre dois grupos. Embora utilize a mesma tecnologia e o mesmo conceito, sua popularidade não tem comparação com a do Pokémon Go, que já virou um fenômeno social.
O game móvel é gratuito
Nintendo é a principal beneficiada. O valor da empresa japonesa aumentou 9 bilhões desde a saída do Pokémon Go
Como todo game móvel de sucesso, jogar o Pokémon Go é gratuito, mas, ao mesmo tempo, ele oferece aos jogadores a possibilidade de avançar mais por meio de micro-transações. Com menos de uma semana de lançamento, estas já geraram 14,4 milhões de dólares, segundo estimativa da SuperData, e assumiram desde o primeiro dia o topo do ranking de receitas na App Store e na Play Store. A empresa de análise de vendas de aplicativos SensortTower calcula que o Pokémon Go já foi baixado por 7,5 milhões de jogadores nos Estados Unidos e gera 1,6 milhão de dólares por dia apenas na loja da Apple.
O principal beneficiário é a Nintendo. O valor da empresa japonesa aumentou em 9 bilhões de dólares desde o lançamento do game. Na segunda-feira, o preço da ação na Bolsa de Tóquio fechou com um aumento de 25%. O tesouro maior da Nintendo reside na propriedade intelectual, e o game em celulares é um de seus novos negócios desde que a empresa se ligou à DeNa.
O Pokémon Go ainda não chegou ao Brasil, pois o lançamento global tem sido refreado pela quantidade crescente de jogadores que saturam os servidores dos Estados Unidos, Nova Zelândia e Japão.
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