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As melhores séries de 2016... até agora

Um resumo dos títulos televisivos imprescindíveis dos seis primeiros meses do ano

Natalia Marcos

Depois que o ano chega à metade, o momento é bom para fazer um balanço do que temos em 2016 quanto a séries de TV. Dentro de alguns dias, as indicações ao Emmy voltarão a desencadear várias polêmicas sobre ausências e presenças surpreendentes. Mas, antes, voltemos o olhar para trás, para repassar alguns dos melhores títulos televisivos ao longo deste ano. Lembramos sempre: as listas são subjetivas e sempre injustas. E são sobre as séries que pudemos ver –na vida não dá para ver absolutamente tudo. Que esta lista sirva de resumo do que você não deveria ter perdido este ano (e o que você poderia ver nos próximos meses, se ainda não o fez). Classificamos as séries por ordem alfabética. Estas são as melhores séries de 2016... até agora.

American Crime

A primeira temporada se situou num nível muito alto quanto à dureza de aprofundar na sociedade dos Estados Unidos pela veia dos preconceitos raciais. A segunda temporada ainda foi além, esmiuçando um leque muito amplo de problemas sociais: desde a educação até a posse de armas, passando pela família, o racismo, a homofobia e as diferenças sociais derivadas das diferenças econômicas. Tudo com uma crueza brutal que atravessa as entranhas e um estilo narrativo que até se atreve, a certo ponto, a mesclar ficção e documentário.

American Crime Story: The People v. O.J. Simpson

Foi uma das revelações da temporada nos Estados Unidos. Com um Ryan Murphy mais contido por trás das câmeras e um elenco que reúne atores como John Travolta, Sarah Paulson, Cuba Gooding Jr. e David Schwimmer, American Crime Story se uniu à tendência das séries antológicas de narrar em cada temporada uma história diferente. Neste caso, olhava o que possivelmente foi o julgamento mais midiático dos Estados Unidos, que teve como protagonista o jogador de futebol americano O.J. Simpson, acusado de assassinar a ex-mulher. As chaves do sucesso da série são as boas interpretações e a morbidez para recontar uma história que foi viciante na época e continua sendo viciante agora.

The Americans

Na quarta temporada, os Jennings nos fizeram sofrer muito. Conforme os anos passam, fica mais complicado tanto para Elizabeth como Philip continuar cumprindo suas missões como espiões da KGB nos Estados Unidos. Quando se conectam com as pessoas e depois têm de traí-las, dói. E nesta temporada isso lhes passou várias vezes. Sua situação cada vez é mais perigosa e os obriga a se movimentarem na corda bamba com maior risco de cair. No seu ritmo e fiel a seu estilo The Americans continua sendo um dos melhores thrillers do momento.

Better Call Saul

Jimmy McGill segue seu caminho para se transformar em Saul Goodman. Ainda falta estrada para chegar a esse ponto, mas na segunda temporada da spin off que precede Breaking Bad já se começam a ver os caminhos do personagem, como o peculiar estilo na hora de se vestir. A temporada, que na parte formal se manteve fiel a seu estilo, ganhou interesse pelo maior desenvolvimento do personagem de Rhea Seehorn (Kim Wexler na ficção) e sua relação com o protagonista. Outro ponto forte ficou, de novo, na relação entre Jimmy e seu irmão Chuck, sobretudo na reta final da temporada. Para encontrar um senão, a trama de Mike estava desvinculada demais da história central. Mas será preciso dar um tempo, porque está claro que terminarão convergindo.

The Girlfriend Experience

Outra das surpresas da temporada foi esta minissérie produzida por Steven Soderbergh e que se inspirava em um filme seu de mesmo título. Com um peculiar estilo visual e narrativo, The Girlfriend Experience segue a história de uma estudante de Direito que adentra o mundo da prostituição de luxo. Não faz isso por necessidade nem nada parecido, mas por vontade própria e por gosto. Tem como destaque a frieza e a dureza da protagonista, interpretada por Riley Keough, e o caminho que a série toma, indo para além do sexo e se inserindo no thriller, no suspense e drama.

Happy Valley

A segunda temporada da série interpretada por Catherine Cawood voltou a ser destaque em relação a outras de ficção graças, sobretudo, à protagonista. A perseguição de um assassino em série articula uma temporada em que Catherine ainda arrasta as consequências do ocorrido na primeira parte e de seu passado. Além de seu personagem principal, outro grande mérito desta série está em combinar o thriller e o drama familiar no ambiente rural da Grã-Bretanha profunda e real, fora das grandes cidades que estamos mais acostumados a ver na tela.

Horace and Pete

Louis C.K. se arriscou e, sem avisar, lançou uma série que ele mesmo distribuiu por meio de sua  própria página na Internet. Mais próxima do drama do que da comédia e muito mais perto do teatro que da televisão. Horace and Pete conta não só com diálogos (e monólogos) brilhantes, mas também com um elenco de dar inveja a qualquer produção televisiva ou cinematográfica: Steve Buscemi, Alan Alda, Jessica Lange, Edie Falco e o próprio Louis C.K são habituais em alguns capítulos que experimentaram com a forma de distribuição e que custaram ao criador uma boa grana que, segundo diz, não vê como perda de dinheiro, mas como investimento. Se ao menos os prêmios se lembrarem dela, o experimento poderá também ter servido para algo mais.

Game of Thrones

A sexta temporada terminou mais épica que nunca com dois capítulos que deixaram a lista muito alta e compensaram alguns problemas de episódios anteriores (com tramas demais que não contribuíram com nada ou que avançaram muito lentas). Game of Thrones voltou a dar um golpe na mesa quanto à repercussão e aplicação de recursos. Desde os primeiros capítulos, que dependiam do que se passaria com Jon Snow, passando pelo comentadíssimo momento Hodor, até chegar à grande batalha dos bastardos e um final que, desta vez, sim, passou a sensação de encerrar histórias e deixar encaminhada a série para seu final definitivo, que não anda muito longe. Obviamente, Game of Thrones está entre o melhor do ano.

The Night Manager

Esta série, baseada no romance de John le Carré de mesmo título, conta com um casal de protagonistas à altura. Por um lado, Tom Hiddleston, um dos homens da moda e que poderá se tornar o próximo James Bond, aqui aparece como agente infiltrado na organização de um perigoso traficante de armas. O vilão é Hugh Laurie, que se desprende de qualquer lembrança que se possa ter de House para dar vida ao malvado e inquietante Richard Onslow Roper. C omo fundo, uma história de espiões no estilo clássico, narrada com calma e pulso, e com a qual é fácil envolver-se.

The Tunnel: Sabotaje

É o segundo remake da sueco-dinamarquesa Bron/Broen. Neste caso, a história tem como protagonistas um policial britânico e uma agente francesa. Em sua segunda temporada (quem já viu alguma das versões anteriores pode saltar perfeitamente a primeira e ir direto para a segunda para não voltar a ver a mesma história). The Tunnel toma um caminho diferente daquele da série original e se caracteriza por uma primeira metade vertiginosa que começa com vários crimes e atentados na fronteira entre os dois países e que obriga suas forças de segurança a trabalharem juntas. Além de primeiros capítulos muito potentes, The Tunnel tem uma grande Clémence Poésy e um enorme Stephen Dillane.

Unbreakable Kimmy Schmidt

A segunda temporada desta extravagante comédia elevou os níveis do disparate em relação à primeira parte, indo por caminhos que lembram em muitos aspectos a antiga 30 Rock. Sim, seus personagens podem ser um pouco maçantes em algumas ocasiões. Também pode ser que você não se conecte sempre com seu humor. Mas quando isso acontece e se começa a compreender os protagonistas, você se depara com uma das comédias mais particulares, originais e excêntricas do panorama televisivo.

Veep

Nem com a mudança do responsável pela série, depois da saída de Armando Iannuci, se enfraqueceu. A série centrada na presidenta Selina Meyer voltou a deixar grandes momentos e grandes capítulos, como o focado no documentário que Catherine grava ou a trama com Jorah se apresentando ao Congresso. Uma sátira focada no lado B da política, disparatada e muito divertida e que, nesta ocasião, mostrou Selina tentado agarrar com unhas e dentes a presidência.

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