A Inter de Milão passa para mãos chinesas
Empresa Suning adquire 70% do clube italiano por 270 milhões de euros
A China continua desembarcando no futebol europeu. A rede de lojas de produtos eletrônicos Suning, uma das maiores companhias privadas do país, anunciou nesta segunda-feira a compra de aproximadamente 70% do Inter de Milão, por um valor de 270 milhões de euros (cerca de um bilhão de reais). Trata-se do maior investimento já feito por uma empresa chinesa para adquirir um clube do velho continente.
“Esta é uma oportunidade sem precedentes para que o Inter de Milão cresça mais na China. Além disso, o investimento da Suning e seus abundantes recursos permitirão ao clube voltar aos seus dias de glória e se transformar numa instituição mais forte, capaz de atrair os melhores astros de todo o mundo”, disse o presidente da companhia chinesa, Zhang Jindong, numa cerimônia na cidade de Nanquim, onde fica a sede da Suning.
Segundo o clube italiano, a firma International Sports Capital, que até agora controlava 70% do capital do clube, será o único acionista minoritário, e seu dono, o indonésio Erick Thohir, conservará a presidência. O empresário italiano Massimo Moratti, que foi presidente da Inter entre 1995 e 2013, venderá sua participação à empresa chinesa e sairá oficialmente do clube.
“A popularidade deste esporte, especialmente na Ásia e na China, está passando por um período de crescimento maciço. Este acordo com a Suning nos permitirá ficar mais perto da nossa enorme base de torcedores na China e na região da Ásia-Pacífico”, disse Thohir.
A Suning, com faturamento anual equivalente a 176 bilhões de reais e mais de 1.600 lojas na China e no Japão, surgiu como uma pequena rede de eletrodomésticos na província de Jiangsu. Atualmente, seus negócios se expandiram para os setores imobiliário, financeiro, de entretenimento e esportes. A empresa também é dona da PPTV, uma das mais conhecidas plataformas de vídeo on-line do país.
Sua aposta no esporte não é nova. A companhia já é proprietária do maior time da sua província, o Jiangsu Suning, que disputa a Superliga Chinesa. Na última temporada, o clube desembolsou centenas de milhões de reais em contratações: pagou o equivalente a 200 milhões pelo meia-atacante brasileiro Alex Teixeira e quase 112 milhões pelo meia Ramires. E a Inter não é tampouco o primeiro investimento da Suning no futebol europeu. No final de 2014, a empresa assinou um acordo de patrocínio com o Barça e outro com o Liverpool.
As empresas privadas chinesas se mostram nos últimos anos muito ativas em seus investimentos no futebol, refletindo o aumento no número de torcedores no país e o claro apoio das autoridades à popularização desse esporte. Outros exemplos desse frenesi incluem o Alibaba, gigante do comércio eletrônico, que adquiriu a importante equipe chinesa Guangzhou Evergrande, e o conglomerado Wanda, que investiu no Atlético de Madri e patrocina a FIFA.
E esses investimentos não são exclusividade dos grandes conglomerados. Empresas menos midiáticas também entraram no setor, como a Rastar Group – fábrica de brinquedos, que adquiriu 45,1% do Espanyol – e o Recon Group – que há apenas duas semanas assumiu o controle integral do inglês Aston Villa.
Norte-americanos compram o Swansea
Paralelamente, os investidores norte-americanos Jason Levien e Steve Kaplan anunciaram neste domingo a ampliação do seu império esportivo com a aquisição do controle acionário do Swansea, clube galês que disputa o Campeonato Inglês. Levien já é dono do DC United, de Washington, que joga a Major League Soccer (campeonato de futebol dos EUA), enquanto Kaplan é vice-presidente-executivo do time de basquete profissional Memphis Grizzlies.
Com esse negócio, os norte-americanos terão condições de gerir o clube britânico como quiserem, apesar de vários acionistas manterem um pacote minoritário.
Huw Jenkins, presidente do clube e também acionista minoritário, permanecerá à frente do dia a dia do clube. A transação ainda precisará passar pelo crivo da Liga Inglesa, que se pronunciará nas próximas semanas.
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