6 fotos‘Hipsters’ encarecem o que tocamPesquisamos seis coisas que essa tribo adotou, e logo em seguida os preços dispararamSalomé García07 mai. 2016 - 19:40BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaAs tradicionais caixas de fruta de antigamente se tornaram um artigo de decoração. No início eram originais. Agora não há restaurante, café ou padaria com aspirações ecológicas que não tenha caixas de madeira ou paletes reciclados em forma de prateleiras, mesas ou cachepôs. Na verdade, hoje já se vende móveis prontos feitos com essas caixas. Com uma ressalva: não se recicla nada. A madeira costuma ser completamente nova. Em algumas lojas chegam a custar o equivalente a 300 reais, enquanto as usadas são vendidas na Internet a partir de 15 reais. A Federação Espanhola de Embalagens de Madeira, por exemplo, já fala em uma tendência: a "madeirização” de embalagens de alimentos a fim de "imitar a aparência da madeira natural, numa tentativa de torná-las mais atraentes". Trema, Amazônia.Quando o livro "Nascido para Correr", de Christopher McDoughall, foi publicado em 2009, o mundo descobriu a tribo mexicana Tarahumara, famosa por correr descalça e por se energizar com uma mistura a base de chia. Poucos sabiam o que eram essas sementes pretas ricas em proteínas, ácidos graxos, ômega 3 e antioxidantes. E sem glúten. Agora não existe mais uma sobremesa ou vitamina que se aprecie nos estabelecimentos modernos que não leve grãos dessa planta herbácea da família das Lamiaceae, como a sálvia. O saco de 250 gramas custa mais de 5 euros (20 reais) na Europa. Especialistas alertam que cuidados devem ser tomados para não se deixar enganar por essas modas, porque podem ser muito lucrativas. O nutricionista Manuel Moñino, do Centro de Pesquisa Biomédica do Instituto Carlos III, da Espanha, adverte: "Não existe o superalimento. Em vez disso, em vez de produtos específicos, deveria se falar de superpadrões alimentares". Justifica o preço? Bem, as sementes de chia possuem propriedades (protegem o sistema cardiovascular, regulam o metabolismo dos açúcares e fornecem triptófano) que melhoram as qualidades da banana (têm o dobro de potássio), das blueberries (fornecem mais antioxidantes) e da farinha de aveia (duplicam sua quantidade de fibra).Não faz muito tempo e o pão durava o dia todo, não apenas algumas horas. A industrialização do mercado reduziu o preço deste produto básico às custas da sua qualidade. A resposta dada pelas padarias dos bairros da moda é a produção com carinho, isso é inegável, mas seus incrementos nem sempre trazem benefícios: nem o cereal ecológico transforma o pão em um produto mais saudável, nem a lenda “sem glúten” tem valor para quem não é celíaco. Outras coisas se somam, como o método de produção (um longo processo de fermentação natural e cozimento lento favorecem a formação de uma crosta espessa e dura que manterá o pão comestível por vários dias). Conclusão: o aumento de preço é justificado... mas nem tanto (existe um pão hipster que chega aos 9 euros por quilo na Europa).O hipster é um animal urbano que não usa o transporte público. Prefere usar a bicicleta. Ou empurrá-la, marca registrada no pequeno bairro de Malasaña, em Madri. É raro ver um barbudo pedalando, mas se proliferam as bicicletas dobráveis para se guardar em miniapartamentos compartilhados (cerca de 120 euros na capital espanhola) e as elétricas (a partir de 500 euros). Nenhum bairro hipster se livra dessa tendência. O negócio das bicicletas para as pessoas que não pedalam está crescendo.Junto com o pão feito com os saberes do passado, nas padarias hipster ocupa um lugar privilegiado o cupcake: um bolinho, possivelmente de farinha integral, coberto com um chapéu feito de pasta de açúcar colorido. Enquanto, por exemplo, na Espanha, um saco de bolinho tradicional no supermercado custa pouco mais de 1 euro, um cupcake situa-se entre 1,80 e 3 euros. Caros? Depende. De acordo com Mikel Iturriaga, jornalista de gastronomia do 'El Comidista', essa sobremesa em si representa uma diferença em relação ao bolinho tradicional, por ter uma massa mais esponjosa e molhadinha, além da apresentação diferenciada.Na Espanha, em comparação com as cervejas artesanais (cerca de 3 euros por garrafa), um copo de cerveja em um bar comum pode custar apenas 0,80 euros. Segundo a Cerveza Artesana, empresa especializada na implementação de microcervejarias, o custo se justifica pela produção artesanal e de pequena escala e "por sua exclusividade, uma vez que só pode ser consumida em um determinado lugar". Também se queixam de que os preços das cervejas normais são baixos demais devido a disputas entre as grandes marcas, que conseguem aguentar.