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‘The New York Times’ transfere operações de Paris para Hong Kong

Grupo editorial explica que os custos desse escritório tornam o negócio inviável

Sede do edifício do New York Times em Nova York.
Sede do edifício do New York Times em Nova York.EFE

O grupo editorial de The New York Times marca o fim de uma história que começou há 130 anos. O venerável jornal norte-americano anunciou nesta terça-feira que deixará de imprimir a edição internacional do título em Paris, o que afetará cerca de 70 empregados que se dedicam à sua edição estrangeira na capital francesa. O grupo da Dama Cinza informou que concentrará as operações em Nova York e Hong Kong.

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“Sem essas mudanças, o futuro da edição internacional será, no melhor dos cenários, incerto”, afirma a direção em uma nota que circulou entre os funcionários para explicar a razão do encerramento das atividades de edição e pré-impressão. Faz apenas três anos que a empresa de mídia mudou o nome do International Herald Tribune para International New York Times, para unificá-los.

O grupo que edita o Times assumiu o controle de The Internacional Herald Tribune em 2003, ao comprar a participação do Washington Post. Nesse momento teve início uma completa simbiose entre Paris e Nova York. “A França continuará sendo um mercado vital para nós”, assinala, ao mesmo tempo que garante que continuará mantendo uma “robusta presença” de correspondentes em Paris e também para captar publicidade.

A ideia é simplificar o processo de edição e de impressão da versão internacional, que será administrada desde a sede central, em Nova York, e da sucursal de Hong Kong. O custo de manter a sede da França tornava o negócio “inviável” num mundo digital. A relação com a capital francesa começou em 1887, como a edição europeia do New York Herald. Só esteve ausente durante a ocupação nazista, na Segunda Guerra Mundial.

The New York Times prevê apresentar resultados trimestrais no dia 3 de maio. O exercício passado registrou receitas no valor de 1,58 bilhão de dólares (5,57 bilhões de reais), que lhe propiciaram lucro líquido próximo dos 63 milhões de dólares (222 milhões de reais). Embora a cifra do negócio tenha ficado estável, ganhou quase o dobro em um ano. Como outros grandes órgãos da mídia impressa, está unificando operações e reduzindo custos para ser rentável na era digital.

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