_
_
_
_

A América Latina não será (por enquanto) uma região de classe média

O subcontinente estava a caminho de consegui-lo em 2017; boa notícia é que a pobreza continua caindo

 Pedestres e carros em uma rua comercial de São Paulo.
Pedestres e carros em uma rua comercial de São Paulo. Mariana Ceratti (Banco Mundial)

A desaceleração da América Latina cobrou uma nova vítima: a expansão da classe média.

Mais informações
Os desafios mais rentáveis da humanidade
Petrobras tem pior prejuízo da história com crise e queda do barril
'A classe média vai salvar o Brasil da crise?', por JUAN ARIAS
“O crescimento na América Latina vai do sul ao norte”

A história da ascensão desse grupo não deixa de ser impressionante: nada menos do que 3,5 milhões de latino-americanos deixaram de ser pobres e migraram para a classe média em 2014. No entanto, o crescimento é baixo comparado ao que se registrou na região entre 2002 e 2012. “Nesse período, mais de 10 milhões de pessoas se tornaram classe média a cada ano”, afirma o economista Oscar Calvo-González, do Banco Mundial, gerente do departamento de pobreza e igualdade para a América Latina.

Se a evolução continuasse nesse ritmo (1% ao ano), a América Latina se tornaria uma região predominantemente de classe média em 2017, segundo cálculos do Laboratório contra a Pobreza na América Latina (LAC Equity Lab), do Banco Mundial.

Mas, no meio do caminho, veio a redução dos preços das matérias-primas (que impulsionaram o crescimento econômico entre 2002 e 2012) e isso significou uma desaceleração no crescimento econômico, em especial em países sul-americanos como o Brasil. Na média ponderada, a América Latina está entrando no quinto ano consecutivo de retração. A nova realidade faz com que os economistas não se arrisquem a dar uma previsão sobre quando a região poderia chegar à condição de classe média.

Mesmo com o novo cenário, há duas boas notícias. A primeira é que o percentual de latino-americanos de classe média não diminuiu: 35% da população em 2014, ante os 34,8% do ano anterior. E, apesar do menor crescimento da renda para os 40% mais pobres da América Latina, a taxa de pobreza continuou a cair, passando de 24,1% em 2013 para 23,3% em 2014.

Se a pobreza diminuiu e a classe média estagnou, o que está acontecendo com a maior parte dos latino-americanos? Segundo dados do Banco Mundial, eles estão se juntando aos vulneráveis, nome dado a quem ganha entre 4 e 10 dólares por dia. De fato, o grupo é o que mais tem crescido nos últimos anos.

Uma questão importante é os vulneráveis estão mais sujeitos a cair na pobreza do que a classe média. “Por isso, minimizar esse risco será um importante objetivo em toda a região durante o ajuste ao novo ambiente econômico”, comenta Calvo-González.

Mariana Kaipper Ceratti é produtora online do Banco Mundial

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_