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Polícia Federal vai investigar FHC a pedido do Ministério da Justiça

Inquérito apura se houve crime no envio de recursos a Mirian Dutra, que foi amante do ex-presidente

Marina Rossi
FHC, em uma foto de dezembro de 2015.
FHC, em uma foto de dezembro de 2015.Valter Campanato (Agência Brasil)
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A Polícia Federal vai investigar as acusações feitas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por sua ex-amante, a jornalista Mirian Dutra, que disse ter recebido pensão por meio de contratos falsos durante ao menos quatro anos. O inquérito, aberto nesta sexta-feira a pedido do Ministério da Justiça, vai apurar se FHC cometeu crime de evasão de divisas, que significa enviar dinheiro ao exterior sem fazer declaração. As investigações ocorrerão sob sigilo.

De acordo com Dutra, FHC teria custeado as despesas dela e do filho, Tomás, no exterior, por meio da Brasif, empresa que administrava free shops nos aeroportos brasileiros. Segundo declarou a jornalista em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a empresa Eurotrade, que era da Brasif, teria enviado para ela mensalmente 3.000 dólares entre os anos 2002 e 2006, por meio de um contrato falso. Dutra, que atualmente vive em Madri, afirmou nunca ter trabalhado para os free shops. O dinheiro, segundo ela, era o pagamento encoberto de uma pensão para ela e o filho.

A jornalista afirmou também que Cardoso, que governou o país de 1995 a 2002, entregou 100.000 dólares à Brasif para que fosse remetendo valores dessa soma, mensalmente, a ela. O ex-presidente e a jornalista mantiveram um relacionamento extraconjugal por seis anos, entre as décadas de 1980 e 1990. Em 2009, FHC reconheceu a paternidade de Tomás, mas em 2011 dois exames de DNA foram feitos e provaram que o ex-presidente não era o pai biológico do garoto.

Cardoso negou, por meio de nota, ter utilizado uma empresa intermediária para o envio de dinheiro a Tomás, e afirmou que sempre lhe mandou dinheiro, mas através de contas legais que possui no exterior.

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