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A obra máxima de Messi em Barcelona x Celta

Messi fez a diferença em partida contra o Celta pelo Campeonato Espanhol, vencida pelo Barça por 6 a 1

Ramon Besa
Messi comemora seu gol diante do Celta.
Messi comemora seu gol diante do Celta.ANDREU DALMAU (EFE)
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O Celta é uma equipe encantadora, certamente a que melhor joga com o Barcelona, tanto quando a partida é disputada em Vigo como no Camp Nou. Também não importam suas escalações, por mais que faltem jogadores a Berizzo. A atuação coletiva dos celestes foi de novo tão irrepreensível quanto o monólogo de Messi. O argentino liderou um jogo memorável do Barça. Não há antídoto contra o 10, protagonista de uma obra majestosa, porque transformou em jogada de gol cada uma de suas intervenções: marcou de falta (1-0), como Koeman ou, se preferir, Kubala; assistiu a Luis Suárez (2-1) e habilitou Neymar antes que o camisa 9 voltasse a concluir (3-1), assim como Maradona, e se vestiu de Cruyff ao cobrar o pênalti que sofreu de Jonny no 4-1.

Cansado de ver Neymar e ele próprio errarem o tiro de 11 metros —seis em 14 —, o argentino tocou a bola para a chegada do uruguaio e surpreendeu Sergio Álvarez. Mais ou menos como Cruyff e Jesper Olsen no Ajax-Helmond de dezembro de 1982. Os barcelonistas relaxaram depois de aguentar a afronta do orgulhoso Celta. Não pareceu uma falta de respeito, mas uma resposta à abertura de espaço pela teimosia e um luxo próprio ao momento doce de jogo vivido pelo Barça. Não há jogador mais sério que Messi.

O Celta não chora; também não se entrega, sempre reconhecível em campo por seu ideário, inclusive quando na escalação não figuram os meios-campistas nem os atacantes titulares, adaptados por Berizzo para ir em frente. O plano não tem volta: a alta pressão, a intensidade máxima e os duelos individuais nas diferentes zonas do Camp Nou. Jogou com a grandeza de sempre apesar de contar com jogadores menores ou menos conhecidos na Liga.

Os azul-grená foram assombrados pela derrota em Balaídos (o Celta venceu o Barça por 4 a 1 no primeiro turno do campeonato). Não costumam ser condescendentes, e menos ainda agora que o Real Madrid se libertou com Zidane e não cede o Atlético. Insistiram muito, correram mais e buscaram o desequilíbrio a partir das acelerações de um excelente Iniesta e de Messi. Na velocidade, no entanto, faltou-lhe precisão, como se viu logo no início, em um chute de Neymar defendido por Sergio. Igualmente determinante foi Bravo quando tirou de Planas a conclusão.

Os goleiros dominaram durante um tempo até que Messi compareceu. O 10 converteu uma falta direta de cerca de 30 metros, perpendicular à trave esquerda do gol do Celta, com um disparo potente e colocado que superou a barreira e se colou junto à esquadra de Sergio Álvarez. Sem dúvida, foi um dos melhores gols de bola parada de Messi, mais calmo e preciso que Neymar. O brasileiro se mostrou tão generoso quanto errático na tomada de decisões e no chute ao gol do Celta. A equipe celeste, de qualquer forma, também não atendeu ao marcador, nem sequer quando o rival é o Barcelona. Então continuou a perseguição, resistente, valente e desafiante, driblando de trás de Beauvue, atento a qualquer desatenção do Barça. E encontrou a recompensa em uma imprudência de Alba, que enganchou a perna de Guidetti quando ia em direção contrária à de Bravo. O árbitro apitou o primeiro pênalti da Liga contra o Barça e o aríete não perdoou a ingenuidade de Alba.

Neymar acordou na volta com uma jogada prodigiosa à qual Suárez não soube dar continuidade porque seu chute acabou na trave esquerda de Sergio Álvarez. Os azul-grená deram mais continuidade ao jogo, foram mais regulares e constantes, obsessivos em desgastar e arrebentar o Celta. Os celestes, no entanto, não afrouxavam, mas sua solidariedade defensiva foi tão extrema quanto a afronta de Guidetti.

Não há, porém, um jogador mais incansável que Luis Suárez. O uruguaio se apoiou em Messi, excelente no toque de bola para superar a zaga, e arrematou o bote pronto para a rede para se igualar a Cristiano Ronaldo: 21. O maior envolvimento de Neymar e a entrada de Aleix Vidal e Rakitic permitiram ao Barcelona respirar, apesar de Guidetti e Wass colocarem a instável defesa do Barcelona em apuros.

A batalha durou até que Messi voltou, excelente com sua diagonal, assistente de um esperto Neymar, que se desfez do goleiro para tocar a bola no segundo pau, onde apareceu o chute de ponta de Suárez. O gol teve um efeito terapêutico para o Barça e encerrou para o Celta. Neymar afinou, Suárez persistiu — artilheiro máximo: 23 — e superou Messi, agora com um pênalti indireto arrematado pelo 9 no maldito gol norte do Camp Nou. A contenda terminou com dois tentos mais, que consagraram o trio e coroaram a exibição do Barça depois de uma hora excelente do Celta. Não há quem detenha Messi, jogador, goleador, assistente, mais camisa 10 do que nunca, quando se põe a jogar, e mais ainda no Camp Nou.

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