A nova Jackie
Natalie Portman se soma a longa lista de atrizes que interpretaram Jacqueline Kennedy nas telas
Andy Warhol foi o primeiro a pensar em Jackie Kennedy como ícone popular. Provavelmente, ele próprio a tornou um ícone popular. Quando o presidente Kennedy foi assassinado, os meios de comunicação só falavam disso. E Warhol, ávido consumidor de informação, um voyeur profissional, transformou as centenas de imagens de Jackie divulgadas nos dias que se seguiram àquele 22 de novembro de 1963 em uma série com mais de 300 retratos. Tornou-a um ícone das massas. Foi ele, também, o primeiro a expô-la na tela, com o filme Since, onde seria interpretada por algumas de suas Superstars.
Jackie, o mais recente filme sobre a primeira-dama norte-americana mais famosa da história, se passa justamente naqueles dias que se seguiram ao assassinato de JFK e que deixaram Warhol tão obcecado. “Ela foi a mais observada, a mais julgada, e, no entanto, é a pessoa mais reservada da história. Ninguém sabe o que aconteceu entre as quatro paredes, e é aí que estamos colocando as nossas câmeras”, revela o diretor chileno Pablo Larraín (O Clube, Não) ao EL PAÍS, ao comentar o seu primeiro projeto realizado em inglês. O filme, cuja estreia está prevista para o segundo semestre deste ano, é estrelado por Natalie Portman, a mais recente de uma longa lista de atrizes que tentaram captar a aura de Jackie Kennedy na tela.
Depois da Superstars de Warhol, Divine foi a primeira a atuar na história do crime de Dallas, em Eat Your Makeup, de John Waters. Jacqueline Bisset e Anthony Quinn interpretaram a história de amor entre Kennedy e seu segundo marido, Onassis, trocando os sobrenomes. Jaclyn Smith, uma das Charlie's angels originais, foi a primeira a protagonizar um filme biográfico sobre Jackie Kennedy, em 1981, para a televisão, o meio de comunicação que mais esforços realizou no sentido de relatar todos os capítulos de sua vida. Sarah Michelle Gellar e Roma Downey interpretaram, respectivamente, uma Jackie adolescente e adulta na minissérie de 1991 Uma mulher chamada Jackie. E Emily VanCamp e Joanne Whalley fizeram o mesmo no telefilme Jackie Bouvier Kennedy Onassis, em 2002.
Foi na última década, no entanto, que o ícone representado por Jackie voltou à tona, sendo mais bem representado nas telas. Jeanne Tripplehorn a encarnou em Grey Gardens, a adaptação ficcional do documentário homônimo feito pelos irmãos Maysles que revelou a prima e as tias excêntricas de Jackie. E a minissérie Os Kennedy, estrelada por Katie Holmes, foi uma das mais populares. Chegou a ser anunciado que a atriz faria novamente o papel de Jacqueline Kennedy em uma segunda parte, After Camelot.
Em 2013, Minka Kelley assumiu o papel de Jackie no filme O mordomo. E Ginnifer Goodwin e Rob Lowe interpretaram o casal em Matar Kennedy, adaptação de um best-seller para a televisão.
Como Warhol havia prenunciado, Jackie Kennedy foi uma das figuras mais estudadas e retratadas da história contemporânea. No cinema, na televisão e na literatura. “Mesmo assim, sabemos pouca coisa sobre ela”, admite Larraín. Seu filme procura finalmente revelá-la, por meio de Natalie Portman. “Você pode pensar o que quiser, mas este não é mais uma dessas biografias chatas. É um filme de autor”, afirma, em Page Six, o ator Peter Sarsgaard, que interpreta Bobby Kennedy no filme.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.