Morre a primeira mulher a disputar a Fórmula 1
Italiana Maria Teresa de Filippis foi a décima colocada no GP da Bélgica de 1958
Maria Teresa de Filippis, a primeira mulher a disputar um grande prêmio de Fórmula 1, morreu neste sábado, aos 89 anos. A italiana largou em três provas do Mundial de 1958, sempre com a Maserati, mas só terminou uma prova, na estreia, em Spa (Bélgica), quando partiu na 19ª posição do grid e recebeu a bandeirada em décimo, o último dos carros que concluíram a prova. Nos seus GPs seguintes, em Portugal e na Itália, De Filippis abandonou, e não conseguiu se classificar para a largada em Mônaco – algo que voltaria a tentar sem sucesso em 1959, com a Porsche.
A corredora decidiu pendurar o capacete naquele mesmo ano, consternada com o risco que enfrentava na F-1 daquela época e depois da morte em acidente, na Alemanha, de Jean Behra, o chefe da sua escuderia. “Morreram muitos amigos”, declarou ela numa entrevista de 2006 ao The Observer. Seriam necessários outros 17 anos para que uma mulher voltasse a disputar um GP da Fórmula 1, a também italiana Lella Lombardi.
A entrada de De Filippis na competição nasceu de uma aposta com seus irmãos, que a desafiaram a demonstrar sua rapidez. Em sua primeira corrida, com um Fiat 500, De Filippis venceu. Apesar de ter competido durante mais de meio século, a italiana afirmou que em apenas uma ocasião, na França, se sentiu discriminada por ser uma mulher. “O diretor de prova me disse que o único capacete que uma mulher deveria usar era o do secador no cabeleireiro.”
Anos após se aposentar, De Filippis voltou indiretamente ao automobilismo de competição, embora numa vertente um pouco menos arriscada. Foi em 1979, quando aceitou ingressar no Clube Internacional de Ex-Pilotos da F-1, da qual foi eleita vice-presidenta em 1997 e posteriormente nomeada presidenta de honra.
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