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Barack Obama adverte o Estado Islâmico: “Vocês serão os próximos”

Presidente reconhece que a luta será dura e anuncia viagem de Carter ao Oriente Médio

Foto: reuters_live | Vídeo: Olivier Douliery
Yolanda Monge

Não importa tanto o que vai comunicar, mas a comunicação em si. Não se trata de informar sobre uma mudança de estratégia –que não existe – para derrotar o autoproclamado Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês), mas do fato de que os cidadãos saibam que seu presidente está trabalhando para isso. Cada vez que Barack Obama comparece ante a imprensa para falar do grupo terrorista, não há informação nova relevante, mas fica claro que o mandatário é consciente da importância de se manter em contato com seu país.

Como em ocasiões anteriores, Obama declarou que os líderes do EI “não podem se esconder” porque estão na mira dos EUA e da coalizão que este país lidera para derrotar o grupo no Iraque e na Síria. Ao contrário de outras vezes, o mandatário discursou em um lugar repleto de simbolismo, o Pentágono, onde pouco antes havia se reunido com a equipe de segurança nacional.

“Estamos golpeando o Estado Islâmico com mais força do que nunca”, disse Obama, lembrando que foram executados 9.000 bombardeios contra o grupo até agora e que os jihadistas perderam terreno no Iraque, onde controlam só 40% do território que chegaram a dominar. O presidente também afirmou que o ISIS perdeu terreno na Síria, mas não citou números.

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A mensagem é bem simples, prosseguiu Obama. “Vocês são os próximos”, advertiu aos integrantes da organização terrorista. Mas o presidente reconheceu que a luta contra o grupo precisa avançar mais rápido, e por isso pediu aos aliados que intensifiquem o apoio militar à coalizão formada por 65 países. Obama também informou que seu secretário de Defesa, Ashton Carter, viajaria nesta segunda-feira ao Oriente Médio para tentar aumentar as contribuições desses países à campanha militar da coalizão internacional.

Ataques cirúrgicos

Enquanto a luta aumenta, a coalizão deve realizar ataques “cirúrgicos” e “de precisão” para matar “um a um” os líderes da organização. Obama detalhou que em novembro foram lançadas “mais bombas” contra objetivos do Estado Islâmico que em nenhum outro mês desde que teve início a campanha militar, em meados de 2014. O presidente reconheceu que, no terreno, a coalizão conduz uma batalha feroz.

Democrata, Obama é criticado pelos republicanos por não fazer o suficiente para combater o terror do ISIS e carecer de uma estratégia para eliminá-lo. Após os atentados jihadistas em Paris e o ataque a tiros em San Bernardino (Califórnia) por um casal de radicais islâmicos, os republicanos acusam o presidente de ineficaz e duvidam que a segurança nacional esteja assegurada.

Após Paris e San Bernardino, Obama repete o mesmo discurso para erradicar o Estado Islâmico: mobilização de forças especiais – que já estão no terreno –, treinamento e assessoria para as forças locais que combatem os jihadistas, corte de financiamento e recrutamento do EI para acabar com as operações e, finalmente, uma persistente diplomacia para pôr fim à guerra na Síria, de modo que todos os atores envolvidos possam focar na destruição do Estado Islâmico.

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