_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Processo arriscado no Brasil

O início do impeachment de Dilma Rousseff aumenta o impasse político e atrasa a luta contra a crise

Eduardo Cunha preside a sessão do Congresso que acolheu o pedido de destituição de Dilma.
Eduardo Cunha preside a sessão do Congresso que acolheu o pedido de destituição de Dilma.Eraldo Peres (AP)

A abertura do processo de impeachment contra a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, pelo Congresso é uma manobra política arriscada que poderia prejudicar seriamente a estabilidade do país, com tudo que isso representa na hora de tentar resolver a profunda crise em que se encontra a principal economia da América Latina.

Mais informações
Eduardo Cunha abre a guerra do impeachment de Dilma Rousseff
O passo a passo do impeachment em 9 pontos básicos
Marina Silva: “Não é preciso ajuste fiscal, é questão de ‘ajuste país’”
Precedente de Delcídio assombra parlamentares e paralisa Brasília

A destituição do chefe de Estado em uma república presidencialista é um mecanismo jurídico que permite julgar, e condenar se for o caso, quem tem a legitimidade da vontade popular. Não deve ser usado como arma na briga partidária, mas é exatamente isso que está acontecendo no Brasil, onde um Congresso dividido levou à estagnação da vida política e econômica sem que o Governo seja capaz de adotar as medidas drásticas que são necessárias para evitar a queda livre da economia. Não se trata apenas de que a presidenta perdeu a iniciativa pouco mais de um ano após o início do seu segundo mandato; é que qualquer medida governamental fica bloqueada de maneira automática.

O país vai ficar sem tempo, e o impeachment é um processo que pode se prolongar por vários meses, o que vai aumentar o atraso no combate urgente contra a crise que já está afetando a vida dos brasileiros.

O único ponto positivo que poderia ter o processo de impeachment é contribuir para desbloquear o que agora é apresentado como um beco sem saída, e que permitiria decisões radicais, um grande pacto de reformas básicas e a abertura de uma nova fase. Se o processo continuar, e Dilma conseguir superá-lo, teria via livre para governar; se for substituída, a oposição deve abandonar sua atividade de bloqueio. Em qualquer caso, é necessário que a classe política esteja à altura da situação, que abandone interesses espúrios e coloque à frente a imprescindível responsabilidade do Estado.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_