BrazilFoundation busca iniciativas sociais inovadoras para financiar
A organização destinará até 50.000 reais para projetos sociais em todo o Brasil
A crise econômica brasileira vem atingindo sobretudo as classes sociais mais desfavorecidas. Como resposta a este “momento econômico desafiador”, a financiadora BrazilFoundation (BF), uma organização que há 15 anos capta recursos por meio de doações para financiar projetos sociais no Brasil, lançou seu edital anual para selecionar e financiar entidades que queiram desenvolver projetos nas áreas de saúde, educação e cultura, direitos humanos e participação cívica, e desenvolvimento socioeconômico. A BF busca, desta forma, fortalecer iniciativas que estejam contribuindo para a transformação social do país, ao destinar um total de dois milhões de reais para financiar os projetos ao longo de 2016 —entre 30.000 e 50.000 reais para cada um. As inscrições vão até o próximo dia 30 de novembro.
Maria Cecilia Oswaldo Cruz, diretora de programas da BF, explica por telefone ao EL PAÍS que a organização trabalha a partir de quatro pilares básicos: “Ela identifica os projetos, apoia financeiramente, ajuda em seu desenvolvimento e conecta com outro projetos”. Com relação a este último ponto, a diretora explica que a fundação promove o intercambio entre organizações e metodologias com o objetivo de criar uma rede de iniciativas sociais.
A entidade não busca projetos que apenas supram uma carência —isto é, com um caráter puramente filantrópico—, mas sobretudo que tenham um relativo impacto em uma determinada área ou comunidade, apresentando uma metodologia inovadora e que promova um desenvolvimento a longo prazo, segundo Oswaldo Cruz.
Além do apoio financeiro, a organização oferece treinamento aos membros das organizações selecionadas “com o objetivo de fortalecer as estratégias de planejamento, gestão financeira, comunicação e captação de recursos”. A novidade deste ano está na parceria entre a BF e a Bovespa, através da qual 20 dos projetos financiados estarão em uma plataforma de captação da Bolsa, o que vai garantir recursos para mais um ano, segundo Oswaldo Cruz.
Desde 2000, a BF arrecadou 35 milhões de dólares (133 milhões de reais na atual taxa de câmbio) que foram investidos em 950 projetos de 440 organizações sociais de todo o país. Entre estão, por exemplo, a Ação Moradia, de Uberlândia (Minas Gerais), que promove a construção de moradias populares com tijolo ecológico; ou as Cooperativa de Oficinas Caboclas, em Santarém (Pará), que apoia o artesão para vender suas peças; ou o Gente é Pra Brilhar, que oferece oficinas de dança e saúde em São Paulo.
No ano passado, a BF lançou ainda o projeto Women for Women Project (Projeto Mulheres para Mulheres), com a finalidade de encontrar 100 mulheres, brasileiras ou de qualquer parte do mundo, que doassem 100.000 dólares cada uma para criar uma rede de colaboração local e global que fomentasse os direitos e as oportunidades da mulher no Brasil.
“O setor social no Brasil ainda é muito fragmentado e, diante da urgência dos desafios sociais, precisamos criar uma cultura de colaboração e compartilhamento de metodologias”, explica Patricia Lobaccaro, presidenta da BF, em um comunicado. Para ela, o processo de formalização das organizações do país é lento, custoso e não consegue acompanhar a urgência das demandas sociais. “A ideia de financiar iniciativas ainda não formalizadas, através da nossa rede de parceiros, é usar a sabedoria e o conhecimento adquiridos em seus respectivos territórios e áreas de atuação para democratizar o acesso a recursos e incentivar a inovação e a descoberta de novas tecnologias sociais”.
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