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Solidez do Uruguai derruba uma Colômbia sem ideias

A ‘Celeste’ vence (3 x 0) os ‘Cafeteros’, que sentiram não só a ausência de James Rodriguez

Javier Lafuente
Godín marca o primeiro gol do partido.
Godín marca o primeiro gol do partido.P. P. (AFP)

Um sólido Uruguai atropelou uma Colômbia plana, insossa, que está longe de sentir falta apenas da figura de James Rodríguez. O time de Pekerman, cada vez mais questionado no comando da equipe Cafetera, não é capaz de recuperar a visão de jogo que maravilhou o mundo na Copa de 2014, no Brasil. Embora seja apenas a segunda partida das eliminatórias para a Rússia-2018, a Colômbia tem pela frente agora dois compromissos muito complicados – contra o Chile e a Argentina –, que poderão amargar suas ambições de se classificar.

Faz 42 anos que a Colômbia não vence em Montevidéu. Animados com a vitória contra o Peru na semana passada e com as ausências de Suárez e Cavani no time local, os visitantes esfregavam as mãos com a expectativa de liderarem a classificação após esta rodada. Mas para isso lhes faltou sobretudo atitude – algo que sobrou para o Uruguai desde o apito inicial. Sem grandiloquência nem firulas, os charruas demonstraram ser uma equipe com ideias claras, ao contrário do que a Colômbia demonstrou em todo o encontro.

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A exemplo do que já ocorrera na Copa América, a equipe de Pekerman dominou o jogo no primeiro tempo. Corria, lutava, tocava a bola, mas não gerava chances de gol. Sem James, a criação de jogo cabia a Cuadrado, completamente perdido na seleção nos últimos meses. O jogador da Juventus caiu demais pela lateral esquerda, sem gerar perigo algum à Celeste. Os uruguaios viam como a Colômbia tocava a bola no meio do campo, entediando a torcida, e esperaram a hora certa de atacar a presa. Ela chegou na segunda metade do primeiro tempo, quando Godín, livre, cabeceou para o fundo da rede, perante o olhar da zaga colombiana e o desespero de Ospina. De nada adiantou que Pekerman tivesse advertido previamente sobre a força dos uruguaios nas jogadas aéreas – antes do gol de Godín, cinco dos seis últimos tentos haviam sido por cima.

Uruguai 3 x 0 Colômbia

Uruguai: Muslera; M. Pereira, Giménez, Godín, Cáceres (Lodeiro, min. 18); Sánchez (Hernández, min. 72), Corujo, A. González (Nández, min. 86); A. Pereira; Stuani e Rolan. Não utilizados: Campaña; Mayada, Lozano, Hernández, De Arrascaeta, Silva, Santos, Coates, J. Rodríguez e M. Silva.

Colômbia: Ospina; Arias (Falcao, min. 72), Zapata, Murillo, Fabra; Cuadrado, Guarín (Torres, min. 58), Sánchez, Cardona; Bacca e Teófilo Gutiérrez (Castillo, min. 58). Não utilizados: Vargas; Barrios, Álvarez, Borré, Meza, Palacios, Bonilla e Jackson.

Gols: 1 x 0, min. 35, Godín; 2 x 0, min. 50, Rolan; 3 x 0, min. 87, Hernández.

Árbitro: Heber Lopes (Brasil). Expulsou Cuadrado (min. 93). Deu cartões amarelos a Murillo, Corujo, Castillo e Arias.

O Uruguai então cedeu a bola à Colômbia, sabendo que faltaria imaginação aos rivais. Os colombianos buscavam seus laterais, mas nem Arias nem Fabra foram capazes de gerar perigo; pelo contrário, todas as suas incursões terminavam em contra-ataques do Uruguai, complicando a vida do goleiro do Arsenal. A única chance de gol da Colômbia na primeira etapa ocorreu logo antes do intervalo, numa falta cobrada por Murillo – um zagueiro.

Para narrar o segundo gol, logo depois de iniciada a etapa complementar, convém recorrer a uma expressão colombiana, dar papaya, cujo sentido é de bobear. Uma falha absurda de Arias ao afastar uma bola deixou Rolan sozinho, e ele, com sangue frio, encobriu Ospina na pequena aérea.

A Colômbia a partir daí sofria cada vez mais com as investidas uruguaias. Os ataques, sobretudo pelo alto, eram uma dor-de-cabeça para o time de Pekerman, cujas alterações não bastaram para dar novo ânimo à equipe. Desesperadamente, recorreu a Falcao e chegou a jogar com três atacantes – ao lado de Teo e Bacca, perdido na Colômbia, longe do que é no Milan, assim como na Copa América esteve longe do que foi no Sevilla. Mas a solidez da equipe uruguaia era inquebrável. A determinação charrua se consolidou no terceiro gol, definitivamente um reflexo do que foi o jogo. Abel Hernández acreditou que poderia chegar na bola antes que Murillo, apesar da posição favorável deste. Tímido, o zagueiro colombiano se deixou driblar, e o uruguaio anotou o terceiro tento, um doloroso golpe para a Colômbia, que ainda perdeu Cuadrado, expulso após uma falta desnecessária. O meia da Juventus, convocado para ser o farol do time no lugar de James, poderá ficar fora das partidas contra o Chile e a Argentina, nas quais a Colômbia precisará exibir outro futebol se não quiser complicar seu caminho até a Rússia.

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