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Coreia do Norte anuncia que seu reator nuclear voltou a funcionar

Pyongyang alerta os EUA de que está "totalmente preparada" para utilizar suas armas

Macarena Vidal Liy
Imagem não confirmada disponibilizada pela agência norte-coreana KCNA, que mostra a Kim Jong-um na obra de uma usina de energia elétrica.
Imagem não confirmada disponibilizada pela agência norte-coreana KCNA, que mostra a Kim Jong-um na obra de uma usina de energia elétrica.AFP

A Coreia do Norte confirmou o funcionamento de seu reator nuclear de Yongbyon, capaz de produzir plutônio para a fabricação de bombas atômicas. A agência de notícias oficial do país, KCNA, cita uma entrevista com o diretor do Instituto de Energia Atômica norte-coreano para afirmar que o reator “iniciou suas operações normais”.

O anúncio chega em meio a sinais de que Pyongyang pode estar se preparando para o lançamento de um foguete de longo alcance no próximo mês, em comemoração ao 70o aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores, em 10 de outubro, contrariando resoluções da ONU. A Coreia do Norte afirma que irá lançar um satélite com fins pacíficos, mas os Estados Unidos temem que se trate de um teste camuflado de um míssil balístico.

“Todas as instalações nucleares em Yongbyon, inclusive a usina de enriquecimento de urânio e o reator de 5 megawatts, foram reajustados, regularizados ou substituídos, e começaram suas operações normais”, indica a agência.

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O diretor do Instituto, cujo nome não foi divulgado, afirma que cientistas e técnicos do regime melhoraram gradualmente a “qualidade e quantidade” das bombas nucleares norte-coreanas. A KCNA aproveita os comentários do dirigente para lançar uma advertência característica de Pyongyang para os Estados Unidos e “outras forças hostis”. “Se continuarem com suas políticas imprudentes para a Coreia do Norte e caso se comportem agressivamente, a Coreia do Norte está completamente preparada para enfrentá-los com armas nucleares a qualquer momento”, diz a agência estatal.

A informação da KCNA representa a primeira confirmação oficial desde 2013 a respeito do reinício das operações do reator de Yongbyon. A usina foi paralisada em 2007, depois de um acordo de desarmamento. Seis anos depois, após seu terceiro teste nuclear, as instalações voltaram a ser renovadas. No início do ano, analistas norte-americanos tinham afirmado que imagens obtidas por satélite confirmavam atividades no complexo.

Segundo os analistas, quando funciona em plena capacidade, o reator pode produzir cerca de seis quilos de plutônio, quantidade suficiente para a fabricação de uma bomba nuclear.

Ao longo da última década, as tentativas da comunidade internacional de convencer a Coreia do Norte a abandonar seu programa nuclear se mostraram inúteis e foram abandonadas, na prática. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, insiste que seu país deve ser aceito como uma potência nuclear. Desde sua chegada ao poder, em dezembro de 2011, após a morte de seu pai, Kim Jong-il, Pyongyang afirma que sua dupla prioridade é o desenvolvimento econômico e o programa de armas atômicas.

A capacidade nuclear da Coreia do Norte ainda não é totalmente conhecida. Em 2008, o país declarou que contava com 38,5 quilos de plutônio de qualidade suficiente para produzir armamentos. Em 2010, foi revelada a existência de um programa de enriquecimento de urânio.

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