Peña Nieto assume o erro da fuga de ‘El Chapo’ e o desafio de capturá-lo
O presidente do México expressa sua “plena confiança” na reversão da fuga do chefão
Seis dias depois da fuga do narcotraficante Joaquín El Chapo Guzmán de uma prisão de segurança máxima, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, recém-chegado esta sexta-feira de uma vista de Estado à França, compareceu a um encontro empresarial e reconheceu o fiasco da fuga do chefão. “O Governo da República assume plenamente a responsabilidade de manter a plena vigilância sobre esse delinquente”, disse o mandatário.
Peña Nieto, cujo papel na crise de governo provocada pela fuga foi questionado por políticos e pela opinião pública, que pediram sua volta imediata da França, disse que tem “plena confiança” de que as Forças Armadas e os órgãos de segurança “consigam sua detenção”, assim como ocorreu no ano passado, quando Guzmán foi colocado atrás das grades.
O presidente afirmou que, durante sua estada na França, “acompanhou pontualmente” a investigação da fuga, ordenou que “fosse fortalecida a vigilância nos centros penitenciários de segurança máxima” e “empreendidas ações para a recaptura do delinquente”, ao qual não se referiu em nenhum momento pelo nome, mas sempre como “um delinquente importante” ou “um delinquente de alta periculosidade”.
Peña Nieto definiu a fuga de Guzmán por um túnel da prisão de segurança máxima do Altiplano como “uma afronta à sociedade mexicana”, reconheceu a “frustração e repulsa” que o caso está provocando na sociedade mexicana e afirmou que “a única maneira de compensar a ofensa é a recaptura do delinquente e a punição com todo o peso da lei” dos possíveis cúmplices da fuga.
Acrescentou que ordenou à responsável pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Arely Gómez, "uma investigação a fundo que determine onde pode ter havido cumplicidade e de quem”, para que “os responsáveis sejam punidos”. Na manhã de sexta-feira, antes do discurso do presidente, foi anunciado que a PGR deteve sete funcionários por suposta participação na fuga do líder do cartel de Sinaloa, Joaquín El Chapo Guzmán.
A clamorosa fuga do narcotraficante acarretou um duro golpe à imagem do presidente Peña Nieto, cuja popularidade já vinha prejudicada pela tragédia dos 43 estudantes de Ayotzinapa, pela polêmica sobre a propriedade da mansão de sua mulher, a lenta aplicação das reformas estruturais que iniciou em seu mandato e a anemia da economia mexicana.
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