Turbulência política faz Bolsa cair enquanto o dólar sobe
Insegurança toma conta do mercado com crise em torno de Eduardo Cunha e o eventual rebaixamento de nota de risco do país
As denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e a declaração sobre o seu rompimento com o Governo fizeram o dólar ganhar força frente ao real nesta sexta-feira. Às 15h, o dólar era vendido a 3,19 reais, uma alta de 1,06%. A Bolsa de Valores de São Paulo também reflete a turbulência política. Após as declarações, o Ibovespa aprofundou a tendência de queda. O índice caía 1,09%, aos 54.491 pontos, às 15h.
Acuado após um delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, tê-lo acusado de ter recebido 5 milhões de dólares em propinas, Cunha disse que será oposição ao Governo a partir de agora.
O mercado também reage ao resultado prévio do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta manhã pelo Banco Central, que mostrou que a economia brasileira ficou estagnada em maio. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou um alta de apenas 0,03% no mês.
"As incertezas políticas geram uma insegurança nos investidores. Além disso, o cenário econômico negativo também contribui para essa desvalorização do real. Esse alta do dólar deve continuar como uma tendência", explica a economista Camila Abdelmaack, economista da Capital Markets.
Agentes da Moody's no país
Segundo a economista, além das disputas no Congresso, as incertezas sobre a aprovação das medidas de ajuste fiscal - principalmente depois do rompimento anunciado por Cunha -e a presença dos agentes da agência de classificação de Moody's no país também contribuem para um clima de insegurança sobre a possível mudança da nota de risco brasileira.
Em análise divulgada na quinta-feira, a agência diz que que a fraqueza na economia brasileira continuará pesando sobre as empresas até o meio do ano que vem. A Moody's estima que o PIB recue 1,8% neste ano e cresça 1% em 2016.
No relatório, a agência afirma que a investigação da operação Lava-Jato deixou os investidores desconfiados com empresas não financeiras brasileiras, limitando acesso aos mercados de dívidas globais.
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