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FMI reduz previsão de crescimento do Brasil e desemprego chega a 8,1%

Fundo projeta queda de 1,5% do PIB brasileiro. Taxa de desocupação tem alta de 8,1% .

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a reduzir a previsão de crescimento do Brasil para este ano. A projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB)  tenha queda de 1,5%. Em abril, a estimativa era de uma contração de 1%. Foi um dos maiores cortes nas projeções entre os principais países emergentes, segundo relatório do FMI divulgado nesta quinta-feira. As perspectivas para o próximo ano também pioraram em relação à estimativa anterior. O fundo espera que a recuperação em 2016 seja mais fraca. A previsão é que o PIB avance 0,7%, abaixo da alta de 1% prevista no relatório em abril.

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Os economistas brasileiros também preveem queda de 1,5% no PIB este ano, segundo o último boletim Focus, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras. Porém, são menos otimistas quanto a recuperação do país no próximo ano, preveem uma alta de 0,5% em 2016.

Os sinais dessa desaceleração da economia brasileira já se refletem no índice de desemprego do país. Pesquisa divulgada pelo IBGE, nesta quinta-feira, mostra que a taxa de desemprego do Brasil subiu 8,1% no trimestre encerrado em maio, a mais alta da séria histórica iniciada em 2012. O aumento da desocupação é influenciado pela redução de postos de trabalho em meio ao cenário de inflação elevada – que chegou a 8,89 % no mês de junho - e uma economia enfraquecida, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Oliver Blanchard afirmou, em entrevista coletiva, que esse será um ano "duro" para o país, mas ressaltou que o ajuste fiscal e a política monetária estão na direção correta para criar um ambiente de retomada econômica no Brasil no próximo ano. Blanchard afirmou ainda que o resultado da maior economia da América Latina terá impacto na região que terá uma expansão de 0,5% este ano, 0,4 ponto porcentual abaixo da última estimativa.

O FMI vem reduzindo as estimativas de crescimento da economia brasileira para este ano consecutivamente. No relatório de janeiro, a previsão era de crescimento de 0,3% para 2015 e de 1,5% para 2016. Em outubro de 2014, a previsão para 2015 era de crescimento de 1,4%. Em julho de 2014, de crescimento de 2%. Em abril de 2014, de 2,7%.

Dos maiores emergentes, apenas a Rússia terá um desempenho pior, com queda de 3,4, segundo o FMI. De acordo com o relatório, a desaceleração dos emergentes, de 4,6% no ano passado para 4,2% neste ano, se deve a fatores como o impacto negativo da queda de preços das commodities, especialmente os exportadores de petróleo (caso do Brasil). Já as previsões para a China e para a Índia se mantiveram estáveis. O FMI prevê que esses países cresçam 6,8% e 7,5%, respectivamente.

Espanha no topo do crescimento dos desenvolvidos

As novas previsões econômicas do FMI ajustam-se também ao mau início de ano das economias norte-americanas depois de um inverno muito cruel e reconhecem que a Itália e, especialmente, a Espanha vão melhor do que o Fundo antecipava até agora. Segundo essas novas estimativas, o crescimento do PIB dos EUA perde fôlego (o prognóstico do Fundo é que o aumento anual fique em 2,5%, frente aos 3,1% que supostos em abril) na mesma medida em que a economia espanhola ganha (o Fundo agora prevê 3,1%, um acréscimo de seis décimos). Em resumo, a Espanha passa a ser a economia a que o Fundo atribui o maior crescimento para 2015 entre os oito grandes países desenvolvidos analisados desta vez.

Numa declaração sobre o país depois da missão habitual de especialistas do Fundo, o organismo dirigido por Christine Lagarde já tinha antecipado seu novo prognóstico, que, além de fixar o crescimento do PIB espanhol para 2015 em 3,1%, também elevava sua previsão para 2016 a 2,5%. Agora, a publicação dessa estimativa intermediária -menos completa do que as que são feitas no outono e na primavera- permite comprovar que a revisão de alta (0,6 e 0,5 pontos percentuais respectivamente) é a maior das oito grandes economias avançadas e das oito emergentes incluídas no relatório.

Depois de sua oitava revisão de alta sobre as perspectivas econômicas da Espanha –faz pouco mais de um ano previa um crescimento de apenas 0,8% para 2015—, o Fundo equipara seus prognósticos a outros, como o do Banco da Espanha e os feitos por analistas independentes, e só ligeiramente abaixo da nova estimativa do Governo (3,3%) para este ano. A revisão das previsões se limita ao PIB, uma vez que ficou mantida a última avaliação sobre o mercado de trabalho (criação de 600.000 postos até 2016, taxa de desemprego acima de 20% até 2017), mais pessimista que as do Executivo e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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