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Só 2,7% das mães mexicanas que trabalham são empregadoras

Quase 63% das mulheres com filhos são funcionárias assalariadas e 7,6% não recebem

Paula Chouza
Uma jovem de 16 anos com seu filho em Chiapas, México.
Uma jovem de 16 anos com seu filho em Chiapas, México.SAÚL RUIZ

A participação das mães mexicanas no mercado de trabalho diminui conforme aumenta sua descendência, e só 2,7% das que trabalham atuam como empregadoras. Isso é o que revela o estudo Mulheres e Homens no México 2014, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia e o Inmujeres. Este último órgão conclui que as mães se incorporam a esse mercado “em condições mais adversas que o resto das mulheres”. Segundo o levantamento, 43% das 33,1 milhões de mães mexicanas de 14 anos ou mais realizam alguma atividade econômica. O percentual chega a 50% para as que tem um ou dois filhos, cai para 42% quando são entre três e cinco, e fica em 23,8% para aquelas com seis ou mais.

Do total de mães ativas, 62,8% são funcionárias assalariadas, outros 26,9% trabalham por conta própria, 7,6% não têm remuneração e só 2,7% exercem função de empregadora.

O estado conjugal também influencia na atividade econômica. O percentual de participação mais alto se encontra entre as mães solteiras (69,5%), depois as separadas, divorciadas ou viúvas (45,2%) e em último lugar as casadas ou em união estável (39,1%). Mesmo assim, a quantidade de horas dedicadas ao trabalho remunerado varia. Enquanto as casadas ou em união estável dedicam 36 horas por semana, as solteiras com filhos trabalham 14,5% mais tempo.

O percentual de participação mais alto está entre as mães solteiras (69,5%)

A mais recente Pesquisa Nacional sobre a Dinâmica das Relações nos Lares revela ainda que 34% das mães de 15 anos ou mais –casadas ou em união estável— declararam ter sofrido ao menos um incidente de violência doméstica por parte de seu parceiro. A maioria (27,4%) sofreu violência emocional, 17,5% econômica, 6,4% física e 2,9% sexual.

Apesar de o estudo reunir os dados a partir dos 14 anos de idade, muitas mães dão à luz seu primeiro filho antes disso. O México é o país da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a taxa mais alta de gravidez na adolescência: 64 por cada 1.000 nascimentos. Na Espanha, são nove por cada 1.000. Segundo a Secretaria de Saúde, do total de partos no ano de 2012, em 10.000 casos a mãe era uma menina de entre 10 e 14 anos.

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A mulher e o trabalho não remunerado

O estudo Mulheres e Homens no México em 2014 estabelece que, apesar de o trabalho não remunerado no lar não ser considerado plenamente dentro do mercado de trabalho convencional, a magnitude de seu valor gerado em 2012 é “maior que o Produto Interno Bruto da Indústria manufatureira, do Comércio, dos Serviços imobiliários e de aluguel de bens imobiliários e intangíveis” no México. Supera ainda o valor conjunto produzido pelas atividades de Mineração e Construção e triplica o valor do PIB de Transportes, correios e armazenamento.

Nesse âmbito, as mulheres representam 78,3% das horas destinadas a trabalhos domésticos (36 horas semanais) e geram 76,1% do valor econômico. Enquanto isso, os homens contribuem com 21,7% das horas (11 por semana), o equivalente a 23,9% do valor total. Segundo a presidente do Instituto Nacional das Mulheres, Lorena Cruz Sánchez, o trabalho não remunerado das mulheres mexicanas representa 15% do PIB.

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