Eduardo Cunha passa de franco atirador a alvo em dois meses
Após dominar agenda legislativa, presidente da Câmara vira foco de protestos
![R. B.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fb58a228c-8117-4cb0-9512-ed1687b11ddf.png?auth=f7988e86dd434260312039514c160a392f415373634a1d6c3e3248a53c25bd90&width=100&height=100&smart=true)
![Cunha é alvo de protesto durante malhação do Judas, em Fortaleza.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/UGQOUII5N2E6ISN3ZIG6RWMHAA.jpg?auth=9cae4f5fced2af2414b9524dc7106ea98e1b5b3882102337b09dbe21013e22d7&width=414)
Após reinar no Congresso Nacional desde que foi eleito presidente da Câmara, em fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB) sofreu nesta semana seu primeiro grande revés, com o adiamento da votação sobre a regulamentação da terceirização. Fora da Câmara, contudo, o peemedebista já vem enfrentando problemas há mais tempo. O protagonismo de Cunha mudou o equilíbrio de poderes em Brasília, e, agora, cobra seu preço.
Como parte de uma proposta para aproximar a Câmara dos Deputados da população, o peemedebista deu início ao projeto "Câmara Itinerante", pelo qual visita assembleias legislativas Brasil afora para ouvir propostas sobre a reforma política. Até agora, o chefe do poder Legislativo visitou quatro capitais (Curitiba, São Paulo, João Pessoa e Natal). E não foi poupado de protestos em nenhuma delas. Cunha, parte da bancada evangélica que defende que a família deve ser "homem e mulher", atribui os gritos de "homofóbico" e "corrupto" a adversários petistas e promete reagir. "O PT não vai constranger o PMDB pelo país. O PMDB não vai aceitar ser constrangido pelo PT. Esse é o recado que nós estamos dando", disse após ser alvo de protesto na Paraíba.
É nesse contexto de confronto e disputa por poder que surgem questionamentos como o baseado no processo trabalhista que a mulher de Cunha ganhou da Rede Globo há alguns anos. A jornalista Claudia Cruz travou uma disputa judicial contra a emissora por trabalhar como prestadora de serviços por anos quando exercia, conforme concedeu a Justiça, função de funcionária da empresa. Como Cunha foi o responsável por desengavetar o projeto que regulamenta a terceirização, seus adversários exploram a aparente contradição.
O presidente da Câmara já deu provas, contudo, de que não está disposto a retroceder em suas pautas e, político habilidoso, aproveita os ataques para reforçar a conexão com seu eleitorado. No dia 13 de abril, começou o dia, às 6h30, com um salmo eloquente em sua página de Facebook: "Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; fujo para ti, para me esconder."
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