Tunísia informa a morte do organizador de ataque a museu
No total 22 pessoas, a maioria turistas, morreram baleadas por dois homens no Bardo
O organizador do ataque contra o Museu do Bardo de Túnis que custou a vida de 22 pessoas, morreu em uma operação antiterrorista realizada na noite de sábado, segundo informações do presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi. No atentado, dois homens abriram fogo indiscriminadamente contra um grupo de turistas e mantiveram um grupo de reféns no interior do museu até serem mortos por agentes antiterroristas.
Loqman Abu Sajer, emir da organização jihadista Katiba Okba Ibn Naafa, ligada à Al Qaeda no Magreb Islâmico, morreu em uma “operação de segurança” realizada na região de Gafsa, ao sul do país, de acordo com um comunicado presidencial divulgado pela agência oficial de notícias tunisiana TAP. Abu Sajer, de nacionalidade argelina, fez parte da AQMI na Argélia, de onde fugiu para assentar-se na região de fronteira entre a Tunísia e a Argélia.
O anúncio da morte de Abu Sajer foi divulgado ao mesmo tempo em que um grande grupo de dirigentes internacionais encontra-se em Túnis, para onde viajaram para participar de uma manifestação de repúdio ao terrorismo. A delegação espanhola é chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo. O ato pretende dar respaldo à transição democrática realizada pelo pequeno país magrebino, o único caso de sucesso de uma primavera árabe até o momento.
Entre os líderes que estão em Túnis destacam-se o presidente da França, François Hollande; o presidente palestino, Mahmud Abbas, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, a Alta Representante de Política Exterior da UE, Federica Mogherini; o presidente polonês, Bronislaw Komorowskiacto, e o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière.
Na operação realizada durante o final de semana, segundo as fontes governamentais, nove milicianos morreram no total. Além de Abu Sajer existe outro argelino entre as vítimas, Naceur Atrim, acrescentam os veículos de comunicação tunisianos. Essa operação é o resultado das investigações dos serviços de inteligência do Ministério do Interior, que descobriu que os terroristas foram até Sidi Aich após fugir de Yebel Salum.
O ataque na capital tunisiana, realizado em 19 de março, surpreendeu um numeroso grupo de turistas estrangeiros no museu, a maioria deles provenientes dos cruzeiros que param na cidade. De fato, dos 19 mortos no atentado, 17 não eram tunisianos.
Em uma primeira decisão, o Governo tunisiano reagiu ao ataque com a destituição do comando de seis policiais pelas falhas que permitiram o atentado. Entre os cargos policiais destituídos está o maior responsável pela segurança do turismo, um chefe de inteligência, o comandante do distrito central, um encarregado policial do tráfego, outro à frente do bairro do Bardo e, por fim, um policial de patente superior do distrito de Sidi Bachir, na capital tunisiana.
A Tunísia lidera a lista de países exportadores de jihadistas, seguida da Arábia Saudita. Muitos foram para a Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda no Iraque, ou ao Estado Islâmico (EI), que controla partes do território de ambos os lados da fronteira sírio-iraquiana. Mas também combatem na Líbia.
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