Atentado na Tunísia deixa ao menos 17 turistas e dois policiais mortos
Polícia liberta reféns e mata os dois terroristas que tentaram invadir o Parlamento
Ao menos 17 turistas estrangeiros e dois tunisianos, entre eles um policial, morreram em um ataque cometido por três homens armados na manhã desta quarta-feira, na região do Parlamento em Túnis, na Tunísia. O ataque também deixou 42 pessoas feridas.
Mais cedo, uma agência de notícias informou que haveria brasileiros entre as vítimas. Questionado, o Itamaraty negou o dado, ressalvando, no entanto, que ainda havia corpos não identificados. As autoridades brasileiras disseram que não há relatos sobre turistas brasileiros desaparecidos no país.
As Forças de Segurança tunisianas mataram pelo menos dois autores do atentado e libertaram todos os reféns que eram mantidos sob a mira de armas em uma área próxima ao Museu do Bardo, que fica ao lado da Assembleia local, segundo o porta-voz do Ministério do Interior do país. Um terceiro terrorista foi preso e várias pessoas ficaram feridas.
Em uma declaração à nação, o primeiro-ministro do país, Habid Essid, confirmou que entre os mortos há pessoas de nacionalidade espanhola (ao menos um dos mortos era espanhol e há vários deridos deste país), além de italiana, alemã e polonesa.
Testemunhas contaram à agência de notícias Efe que os invasores saíram de uma mesquita que fica a meio caminho entre o Parlamento e o Museu do Bardo. Eles dispararam contra um ônibus de turistas antes de tomar vários reféns e se entrincheirar numa parte ajardinada do Parlamento, cujo terreno é vizinho do museu.
Fontes governamentais informaram que o serviço de segurança parlamentar percebeu que três homens no local, apesar de fardados, não portavam as armas regulamentares – e sim fuzis Kalashnikov, segundo a France Presse. Ao serem abordados, teve início um tiroteio em meio ao qual os agressores conseguiram fugir para o museu, um dos mais importantes da Tunísia. A polícia cercou o edifício.
A área foi isolada, com agentes da Guarda Nacional e da Polícia em posição de ataque, enquanto ambulâncias começam a retirar os cadáveres e atender os feridos. Guardas presentes nos arredores do Bardo relataram que um dos supostos agressores, um estudante de 22 anos, foi preso pelas forças de segurança.
No momento da tentativa de invasão, várias comissões parlamentares estavam reunidas – inclusive a de Justiça, com a presença do ministro da área –, segundo fontes do Legislativo. Todos os deputados e outras pessoas que estavam no Parlamento foram levados para uma mesma sala, enquanto as forças de segurança e o Exército iniciavam os procedimentos de alerta máximo contra o terrorismo.
A deputada Sayida Ounissi, que testemunhou o ataque, relatou, no Twitter, que o Parlamento foi evacuado.
A Tunísia foi cenário nas últimas semanas de um recrudescimento da atividade jihadista na região de Kasserine, na fronteira com a Argélia, uma zona montanhosa que se tornou reduto de radicais tunisianos e de países próximos, como Mali, Marrocos e Mauritânia. Além disso, é um dos países de onde partiu um maior número de jihadistas para aderir às fileiras do Estado Islâmico.
Desde 2012, dezenas de integrantes das forças de segurança tunisianas morreram ou ficaram feridos em combates, atentados e emboscadas de grupos islâmicos no monte Chambi, cenário, em julho passado, do pior ataque islâmico já sofrido pelas forças tunisianas, com 15 mortos.
Em meados de fevereiro, quatro agentes da Guarda Nacional morreram em um ataque de supostos jihadistas na região de Kasserine, considerada um dos feudos de células islâmicas radicais ligadas à Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e ao ramo norte-africano do Estado Islâmico.
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