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Robin Thicke e Pharrell Williams são condenados por plagiar Marvin Gaye

Júri considerou que a canção 'Blurred Lines' é cópia de Got to Give It Up, gravada em 1977 Os dois músicos deverão pagar 7,4 milhões de dólares aos filhos do astro do soul

P. XIMÉNEZ DE SANDOVAL
Pharrell Williams e sua esposa, na quarta-feira passada, no tribunal de Los Angeles que julgou o processo envolvendo ‘Blurred Lines’.
Pharrell Williams e sua esposa, na quarta-feira passada, no tribunal de Los Angeles que julgou o processo envolvendo ‘Blurred Lines’.Nick Ut (AP)

Um tribunal federal de Los Angeles condenou na terça-feira o cantor Robin Thicke e o produtor Pharrell Williams a pagarem uma indenização de 7,4 milhões de dólares (22,9 milhões de reais) por plágio aos filhos de Marvin Gaye. O júri considerou que a canção Blurred Lines, um dos maiores sucessos musicais de 2013, é cópia de Got to Give It Up, gravada em 1977 pela lenda do soul. A sentença isenta a gravadora de culpa.

A semelhança entre as canções foi apontada logo depois do lançamento de Blurred Lines. Thicke, Williams e T.I., o outro produtor da faixa, procuraram uma decisão judicial que certificasse a originalidade do seu trabalho, enquanto os três filhos de Gaye, morto em 1984, contra-atacaram com um processo. A sentença lhes garante 4 milhões de dólares por prejuízos e 3,4 milhões como participação nos lucros.

Robin Thicke, no tribunal.
Robin Thicke, no tribunal.DAVID BUCHAN (AFP)

Em uma série de entrevistas para promover seu disco, Thicke admitiu que Got to Give It Up serviu diretamente como inspiração da sua música. Em 7 de maio daquele ano, a revista GQ publicou uma entrevista em que Thicke declarava: “Pharrell e eu estávamos no estúdio e eu disse a ele que uma de minhas canções favoritas de todos os tempos era Got to Give It Up. Eu disse a ele: ‘Caramba, temos de fazer algo assim, algo com esse groove’. Então ele começou a tocar aqui e ali e literalmente escrevemos a canção em meia hora e a gravamos”.

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Thicke consta como coautor da música, mas durante o julgamento afirmou que na verdade dizia esse tipo de coisa porque na época estava sob efeito do consumo diário de calmantes e álcool. A defesa alegou que o relato sobre a composição foi algo que os artistas disseram para vender melhor a música. No tribunal, Thicke afirmou que ele sozinho deu a ideia, e que Williams experimentou com os ritmos até terminar a composição, em pouco mais de uma hora.

Videoclip de 'Blurred Lines'. | VEVO

Durante o julgamento, Thicke tocou várias canções ao piano para demonstrar ao tribunal que muitas vezes a diferença entre inspiração e plágio não está clara. O julgamento foi acompanhado de perto pelo setor fonográfico porque pode estabelecer um precedente sobre como os sucesso atuais são compostos. Williams admitiu durante o julgamento que a canção tinha um clima de anos setenta, assim como o sucesso de Gaye, mas defendeu sua originalidade. O produtor afirmou ser fã do gênio do soul desde criança: “A última coisa que você quer fazer como criador é tomar algo de alguém que você ama”, disse ele ao júri.

A canção Blurred Lines foi um sucesso mundial há dois anos, gerando um faturamento estimado em 5,6 milhões de dólares para Thicke, 5,2 milhões para Williams e entre 5 e 6 milhões para a gravadora, além de 8 milhões em direitos de edição musical.

Marvin Gaye interpretando 'Got to give it up' na televisão em 1977.

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