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Quatro semanas de desencontros

Desde vitória de Syriza, Grécia e grupo de ministros da Europa se reuniram três vezes

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varufakis.
O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varufakis.EFE

A vitória do Syriza na Grécia rompeu os esquemas da política da União Europeia. Desde seu primeiro discurso como primeiro-ministro, Alexis Tsipras desafiou o bloco ao defender o fim das polícias de austeridade impulsionadas pelo que se conhecia como a troika (Banco Central Europeu, FMI e a Comissão Europeia). Três foram, até agora, os Eurogrupos – a instância que reúne ministros de Finanças e outras autoridades da zona do euro – convocados extraordinariamente para resolver esse tema muito incômodo. Quatro semanas depois das eleições, Bruxelas e Atenas chegam a um acordo parcial quanto à extensão do resgate grego, mas a discussão continua.

25 de janeiro de 2015. O Syriza ganha as eleições e Alexis Tsipras, novo primeiro-ministro grego, cria três superministérios econômicos que defendem o fim das políticas de austeridade da UE e a dissolução da troika, entre outras medidas.

30 de janeiro. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, se enfrentam em seu primeiro encontro em Atenas. A Grécia rechaça prorrogar o resgate atual.

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2 de janeiro. A Comissão Europeia fala em dissolver a troika como uma concessão à Grécia, desde que esta cumpra com seus compromissos.

4 de fevereiro. O BCE anuncia que está cortando o acesso à liquidez dos bancos gregos por causa das dificuldades de fechar com sucesso o resgate atual. Deixa aberta a linha de liquidez de emergência do Banco da Grécia.

5 de fevereiro. Tsipras e Varoufakis viajam por várias capitais da Europa. O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, mostra-se “cético” com relação a muitas das medidas anunciadas por Atenas. Varoufakis afirma que quer negociar com o Eurogrupo para “encontrar soluções europeias a problemas europeus”.

11 de fevereiro. O primeiro contato do ministro de Finanças grego com o Eurogrupo termina sem acordo. Atenas está disposta a aceitar uma “extensão técnica” do programa atual, mas seus sócios do euro pedem que continue dentro do resgate e respeite as condições do memorando se quiser negociar as contrapartidas.

12 de fevereiro. Conselho Europeu. O primeiro-ministro grego chega a um primeiro acordo com o Eurogrupo para iniciar um trabalho técnico com o objetivo de encontrar uma solução para o problema da dívida. Dá por terminada a troika e o resgate. Tsipras afirma que Mariano Rajoy “está nervoso” pelo crescimento de Podemos por isso a Espanha tem uma posição dura contra o acordo com a Grécia.

16 de fevereiro. A Grécia quer um acordo-ponte de seis meses para negociar um terceiro resgate, diminuir a austeridade e poder aprovar medidas destinadas a solucionar a “emergência social”. Para o Eurogrupo nada disso é possível se as condições do atual resgate não forem cumpridas com todo rigor. O segundo Eurogrupo sobre a Grécia termina novamente sem acordo. Varoufakis rechaça outra vez uma ampliação do resgate.

18 de fevereiro. Varoufakis publica vários documentos das negociações com detalhes da posição grega.

19 de fevereiro. Depois de duas semanas de batalha, Atenas cede e apresenta formalmente seu pedido de prorrogação da ajuda financeira europeia para os próximos seis meses. É convocado um terceiro Eurogrupo para definir as condições desta proposta. Alemanha rejeita a proposta.

20 de fevereiro. Eurogrupo estende por quatro meses o resgate grego e Atenas ganha mais tempo para renegociar com os credores.

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