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Polícia política de Maduro prende o prefeito de Caracas

Opositor foi detido por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin)

CATALINA LOBO-GUERRERO
Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, em uma manifestação em 2014.
Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, em uma manifestação em 2014.EFE

O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi detido e levado à sede do serviço de inteligência da Venezuela, Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), na tarde de quinta-feira. Uma hora antes de sua prisão, ele escreveu em sua conta de Twitter: “Neste momento, vários policiais do regime estão tentando invadir meu escritório, torre Exa, el Rosal”.

Twitter de @alcaldeledezma.
Twitter de @alcaldeledezma.

Segundo o funcionário da prefeitura Sergio Contreras, diretor do serviço de atendimento ao cidadão, que estava no local, 25 agentes do Sebin quebraram as portas do escritório e, sem mostrar mandato de busca e apreensão, prenderam Ledezma.

Várias pessoas saíram às janelas dos outros andares ao ver que o prefeito estava sendo preso. Segundo Alvy Jiménez, que trabalha em um escritório em um andar superior, tanto funcionários da prefeitura como cidadãos tentaram impedir que o prefeito fosse levado. Os agentes do Sebin deram tiros para cima e as pessoas se dispersaram. Vários funcionários da prefeitura se dirigiram à sede da inteligência.

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Contreras diz que, apesar de não ter oferecido resistência, o prefeito foi agredido no peito e nas costelas e, antes de ser retirado do escritório, foi encapuzado. “Tememos por sua vida e segurança, tememos além pelo que possa estar acontecendo, não só ao prefeito, mas também a diversos líderes e dirigentes que estão sendo assediados”, afirma. Nessa mesma hora a mulher de Leopoldo López, Lilian Tintori, denunciava que seu marido, detido há um ano, estaria sendo transferido da prisão de Ramo Verde para o Sebin.

Através da conta de Twitter de Ledezma, Mitzy Capriles, a mulher do prefeito, responsabilizou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pela vida de seu marido: “Escreve Mitzy, a esposa de Antonio. Ele foi agredido e preso sem ordem judicial. Responsabilizo Maduro pela vida de meu marido”. Em outra mensagem afirma que ainda não deram resposta sobre seu paradeiro

Twitter de @alcaldeledezma. Escreve a esposa de Ledezma.
Twitter de @alcaldeledezma. Escreve a esposa de Ledezma.

O advogado do prefeito, Omar Estacio, afirma que nas duas sedes do Sebin, fortemente vigiadas, familiares e advogados foram informados de que Ledezma não estaria detido ali. Líderes da oposição como o ex-candidato à presidência, Henrique Capriles, e a deputada María Corina Machado se dirigiram à sede do Sebin, na praça Venezuela. Também chegaram cidadãos exigindo a libertação de Ledezma.

Circularam rumores de que a casa da deputada María Corina Machado também teria sido invadida, mas um membro de sua equipe de trabalho negou. Pouco depois da divulgação dessas informações, Maduro começou a falar em cadeia nacional de rádio e televisão, e até agora não se referiu à captura de Ledezma, nem aos rumores de que Leopoldo López estivesse sendo transferido para outro local de detenção. Mas denunciou a existência de um “eixo-Madri-Bogotá-Miami” para conspirar contra seu Governo. O próprio Ledezma foi acusado por Maduro, na semana passada, de estar conspirando para derrubá-lo em um suposto plano de golpe de Estado.

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