_
_
_
_

Abe tenta confirmar se jihadistas mataram um refém japonês

“É um ato de violência revoltante e inaceitável”, diz o primeiro-ministro japonês

Macarena Vidal Liy
Captura de tela de um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico com os dois reféns japoneses.
Captura de tela de um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico com os dois reféns japoneses.AFP

O Governo japonês e os EUA estão tentando confirmar a autenticidade de um vídeo postado na Internet que anuncia a morte de um dos dois reféns japoneses sequestrados pelo Estado Islâmico (EI), Haruna Yukawa, de 42 anos. O Executivo japonês fez uma reunião de emergência para tratar do assunto pouco depois da meia-noite local (meio-dia pelo horário de Brasília), imediatamente depois da divulgação do material. O vídeo “é um ato de terrorismo escandaloso e inaceitável”, declarou o primeiro-ministro, Shinzo Abe, que assegurou que Tóquio está recorrendo a todos os canais diplomáticos disponíveis para conseguir a libertação do jornalista autônomo Kenji Goto, de 47 anos.

Mais informações
Hollande anuncia reforço da operação militar contra o jihadismo
Estado Islâmico se concentra em seus feudos depois de várias derrotas
Brasileiro é preso na Bulgária antes de se alistar no Estado Islâmico
Um califado de impacto global
EUA admitem que a estratégia é insuficiente contra o jihadismo

O documento parece mostrar uma imagem de Goto vestido com um macacão laranja segurando uma fotografia em que se vê o corpo de Yukawa, que pretendia se tornar empreiteiro e foi sequestrado na Síria em agosto passado. Uma voz, que se identifica como Goto, culpa Abe por não ter respondido ao ultimato de 72 horas no qual os terroristas exigiam do Governo japonês o pagamento de 200 milhões de dólares (500 milhões de reais) para libertar os dois reféns. O prazo expirou na sexta-feira. “Sou Kenji Goto Jogo. Viram a foto de meu companheiro de cela Haruna Yukawa sacrificado na terra do Califado Islâmico”, diz a voz, que fala em inglês. “Abe, você matou Haruna, não levou a ameaça a sério e não atuou em 72 horas”.

A voz que aparece no vídeo também assegura que os sequestradores mudaram suas exigências e em lugar de dinheiro agora exigem a libertação de Sajida Mubarak Atrus al Rishawi, presa na Jordânia e ícone islâmica. “Sua exigência é mais fácil. Estão sendo justos. Já não querem dinheiro. Assim não têm que se preocupar em fornecer recursos a terroristas”, afirma. “É simples. Entreguem Sajida e eu fico em liberdade”.

O vídeo, conforme particularizaram os analistas, é diferente dos anteriores, nos quais o EI anuncia o assassinato de reféns. Não contém o logotipo do grupo nem sua encenação é similar à dos outros. Sua qualidade é também muito inferior.

O ministro porta-voz do Governo, Yoshihide Suga, confirmou em uma entrevista coletiva convocada a toda pressa que “foi postado um novo vídeo na Internet no qual aparentemente aparece (Kenji) Goto... Estamos procurando informação”. Em Washington, o porta-voz adjunto do Conselho de Segurança Nacional, Patrick Vendrell, indicou em um comunicado que “a comunidade de inteligência trabalha para verificar a autenticidade (do material). Os Estados Unidos condenam firmemente os atos do EI e exigem a libertação imediata de todos os demais reféns”.

A ameaça de morte contra os reféns, divulgada na terça-feira e que havia causado comoção na sociedade japonesa, obrigou Abe a interromper seu giro pelo Oriente Médio e antecipar o retorno ao Japão. Durante a viagem, o premiê japonês tinha anunciado 200 milhões de dólares – a mesma cifra exigida pelos terroristas em seu ultimato – em ajuda não militar contra o terrorismo. Se a morte for confirmada, será o primeiro assassinato de um cidadão japonês nas mãos do EI.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_