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Encontrados quatro grandes objetos nas buscas pelo avião da AirAsia

Equipes de resgate tentam obter imagens para verificar se são restos da aeronave

Um dos navios que rastreia águas indonésias para achar os restos do avião de AirAsia.
Um dos navios que rastreia águas indonésias para achar os restos do avião de AirAsia.Pool (Getty Images)

Praticamente uma semana depois de o avião que fazia o voo QZ8501 da AirAsia ter caído no Mar de Java, as autoridades anunciaram a mais que provável descoberta da fuselagem. O chefe da Agência Indonésia de Buscas e Resgate, Bambang Soelistyo, afirmou, neste sábado, que os navios que percorrem as águas onde foram encontrados destroços flutuantes da aeronave nos últimos dias descobriram “quatro objetos grandes” no fundo do mar.

“Detectamos dois objetos a 30 metros de profundidade. Neste momento já enviamos ao local vários submarinos por controle remoto para obter imagens”, explicou. Soelistyo informou inicialmente que o primeiro objeto media cerca de 9,4 metros de comprimento e 4,8 metros de largura, enquanto o segundo tinha 7,2 metros de comprimento e 0,5 metros de largura, mas horas mais tarde anunciou que já são quatro os objetos detectados. Se as imagens dos submarinos comprovarem que se trata de destroços da aeronave da AirAsia, o próximo passo será o envio de mergulhadores, que estão há dias esperando em terra por causa das más condições meteorológicas. Na mesma região onde se acredita que está parte dos restos do aparelho também foram encontradas várias manchas de combustível. “Posso assegurar que estas partes são do avião que estamos buscando”, afirmou Soelistyo a jornalistas, segundo informações do canal de televisão Channel News Asia.

Os 30 corpos recuperados até agora e numerosos objetos pertencentes ao avião (uma porta, uma rampa de emergência e vários itens de bagagem) estavam flutuando na superfície. As autoridades acreditam que a maioria dos corpos dos 162 ocupantes que viajavam na aeronave ainda se encontram dentro da fuselagem. No entanto, dezenas de embarcações e cerca de 20 aviões seguem percorrendo as águas ao sudoeste da cidade indonésia de Pangkalan Bun, onde foram encontrados os primeiros destroços, por causa da hipótese de que as fortes correntes marítimas tenham arrastado outros corpos para áreas mais distantes.

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As causas do acidente continuam sendo uma incógnita. Sem dúvida as más condições meteorológicas tiveram algum papel: cerca de 40 minutos após a decolagem, o capitão pediu para se desviar ligeiramente da rota estabelecida e passar dos 9.800 metros de altitude para 11.600 por causa de uma tempestade. Uma fonte anônima da investigação, citada pela agência Reuters, afirmou que os dados do radar indicam que a aeronave realizou “uma subida incrivelmente acentuada, muito além dos limites” que um Airbus A320 pode aguentar. Um relatório da Agência Indonésia de Meteorologia, Climatologia e Geofísica divulgado neste sábado sugere que a causa mais provável tenha sido a formação de gelo no motor do aparelho enquanto atravessava uma nuvem.

Ainda neste sábado, o Ministério de Transportes da Indonésia suspendeu temporariamente a rota da AirAsia entre Surabaya e Cingapura – a mesma que o avião acidentado percorria no último domingo – por causa do descumprimento de vários acordos. Segundo as autoridades indonésias, a companhia aérea só tinha permissão para voar quatro dias na semana, e o domingo não estava entre eles. As autoridades de Cingapura, no entanto, afirmam que a empresa podia, sim, realizar vários voos diários entre as duas cidades.

No voo QZ8501 viajavam 155 passageiros, entre eles 16 crianças e um bebê, além de dois pilotos e cinco tripulantes. A maioria das vítimas são de nacionalidade indonésia (155), mas havia também três sul-coreanos, um malaio, um francês, um britânico e um cingapuriano.

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