‘Sexexercícios’ ou como treinar para ser melhor na cama
Uma vida sexual plena beneficia mente e corpo Se você já não aguenta como antes, melhore com uma atividade física apropriada Um pouco de kung-fu?
Praticar sexo é saudável e divertido, mas, sejamos sinceros, às vezes acaba sendo esgotante. Sobretudo com o passar dos anos. Aos 20, nada nos atrapalha e até podemos fazer dentro de um Simca 1000, como cantava a banda Los Inhumanos. Ou atrás de um muro, de pé, depressa e correndo, ou em um elevador. Mas, depois dos 40, o freio de mão, o volante, os cantos redondos (tão sedutores ao lado do som do mar) e as torneiras da banheira, significam autênticos impedimentos, que unidos às distensões musculares, falta de flexibilidade e várias contraturas, típicas da idade madura, convertem o ato em uma sessão multidisciplinar que alguns deixam para momentos especiais que vão ficando cada vez mais esporádicos.
Como diz Christel Alcaide, do Fisiohm, centro de fisioterapia especializada, pilates e solo pélvico, “o exercício que mais favorece a vida sexual é, na verdade, praticar o sexo sem preconceitos nem complexos”. María Victoria Ramírez, da associação Lasexologia.com e do Instituto Universitário de Sexologia, afirma que todos os corpos estão dotados para o prazer, “embora cuidar da saúde sempre é importante e ajuda”. É porque o sexo exige a participação de diversos músculos que, se não forem exercitados, limitam seu rendimento.
Sergio Serrano, do clube de fitness e bem-estar Holmes Place Palacio de Hielo, comenta que se fizéssemos um estudo eletromiográfico (técnica para a avaliação e registro da atividade elétrica produzida pelos músculos esqueléticos) para mostrar quais se ativam durante o ato sexual, quase certamente ficaríamos surpresos pela grande quantidade de zonas que se “acendem” para tão importante acontecimento. É por isso que coloca este dilema: “Se saímos para correr ou vamos à academia para melhorar nossa condição física, se qualquer esportista passa a semana treinando para alcançar seu melhor nível no dia do encontro, por que não fazer o mesmo para ter relações sexuais mais prazerosas e bem-sucedidas?”.
Depois de esclarecido que o melhor treinamento é o ato sexual, você deverá levar em conta que se quiser dominar o campo de jogo e sair vitorioso do encontro, terá que se concentrar de maneira mais específica em força, resistência e flexibilidade.
E como se faz?
Para melhorar a força e a resistência, Sergio nos recomenda os seguintes exercícios em séries de 45 segundos a 60 segundos, com descansos de 30 segundos, um total de duas a quatro vezes.
- AGACHAMENTO (Com ou sem peso): fortalecerá nossos quadríceps e nos permitirá nos manter melhor em qualquer postura vertical. Leve o quadril para trás, flexione os joelhos, sentindo o peso do corpo nos calcanhares e mantendo o peito alto e a coluna reta.
- PONTE (com ou sem peso): as elevações do quadril fortalecem os glúteos e a mobilidade da pélvis, o que pode favorecer a química do casal. Deitado de costas, com toda a coluna sobre a esteira, empurre a pélvis até o teto apertando os glúteos e o abdômen. Faça o gesto de segurar a urina, para trabalhar os músculos pélvicos.
- ESTICADO: Mantenha os glúteos firmes apertando-os sem deixar que subam acima da linha dos ombros, Respire de modo lento e pausado.
- ELEVAÇÃO DE CALCANHARES PARA A PANTURRILHA: De pé, com a coluna perfeitamente reta, eleve os calcanhares, apoiando-se sobre as pontas dos pés..
- ELEVAÇÃO FUNCIONAL: Partindo da posição inicial “de joelhos”, nos levantaremos até ficarmos de pé, alternando primeiro uma perna e depois a outra.
Christel Alcaide, de Fisiohm, garante que o melhor exercício para aumentar a resistência e a sensibilidade tanto em homens como em mulheres é a ginástica abdominal hipopressiva: “Trata-se de um tipo de ginástica abdominal baseada na utilização do diafragma, que aumenta a irrigação sanguínea e as sensações na zona genital, fomentando o desejo e o controle sexual”. Para a mulher pode traduzir-se no uso de bolas chinesas durante 30 minutos por dia (mais tempo deixaria de ser benéfico e poderia provocar franqueza em vez de fortalecer). Esse instrumento, segundo a especialista, dá vigor ao músculo pubococcígeo (no solo da pélvis) e estimula os receptores vaginais mediante a vibração que emite ao caminhar. Para os homens, as clássicas flexões são ideais porque aumentam a força abdominal e a resistência nos braços, o que é muito necessário em determinadas posições.
Para melhorar a flexibilidade, o melhor são os alongamentos, mantendo a posição de tensão em cada um deles por uns 15 segundos. Se investirmos nesses exercícios cerca de 15 minutos por dia, notaremos logo a melhora. Christel garante que para poder praticar todo tipo de posições é preciso realizar diariamente uma tabela de alongamento dos músculos adutores, quadríceps, isquiotibiais, glúteos e piramidais. O yoga e o pilates são atividades que trabalham muito a postura e nas quais esse tipo de exercício é praticado.
Direto ao centro de operações
Para favorecer o prazer e a intensidade dos orgasmos existe uma modalidade de yoga chamada neotantra, que, segundo seus defensores, ensina a utilizar o desejo como caminho para a realização pessoal. É de modo geral chamada de “yoga sexual”.
No Body Language, centro orientado para a busca do bem-estar físico, mental e espiritual da mulher, falam-nos sobre o kung-fu sexual, uma técnica na qual se aprende a ter consciência dos músculos relacionados com a sexualidade, principalmente os do solo pélvico e diafragma urogenital, além de ganhar flexibilidade e força neles, realizando um treinamento específico vaginal, combinando respiração, aromaterapia e o trabalho com uma bolinha de quartzo rosa. Um dos principais benefícios que produz, de acordo com o centro, é ter em forma uma zona tão importante como a urogenital: vagina, útero e ovários, assim como elevar a qualidade das relações sexuais, tanto para o homem como para a mulher, “com um aumento do prazer e uma maior facilidade para encontrar o ponto G e alcançar o orgasmo”.
Os exercícios de Kegel, por sua vez, desenvolvido pelo ginecologista Arnold Kegel em 1940, fortalecem o solo pélvico. No caso dos homens, são muito bons para facilitar e melhorar a ereção, assim como para que sejam mais fortes e duradouras, com controle do momento exato da ejaculação. Para eles, o treinamento consiste na contração da musculatura perineal, os tecidos brandos que controlam o fluxo da urina. O doutor Juan José Escribano, chefe da unidade de Ginecoestética do Instituto Médico Laser e do serviço de Ginecologia do Hospital de Henares, endossa a utilidade desses movimentos para melhorar a atividade sexual de homens e mulheres, “sempre que forem repetidos, no mínimo, três vezes ao dia em três séries de 30 contrações”.
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