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Um vídeo difundido pelo EI mostra a decapitação de outro refém

A vítima seria o colaborador britânico Alan Henning, que estava sequestrado há nove meses

Pablo Guimón
Alan Henning, trabalhador humanitário, foi sequestrado na Síria.
Alan Henning, trabalhador humanitário, foi sequestrado na Síria.AP

Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) publicaram à noite um vídeo que supostamente mostra o assassinato do trabalhador humanitário britânico Alan Henning. Serviços de inteligência de ambos os lados do Atlântico, segundo o diário londrino The Guardian, tentam verificar se é mesmo o taxista de Manchester, de 47 anos, capturado havia nove meses pelos terroristas na Síria, para onde viajou como trabalhador humanitário. O vídeo, quase idêntico a outros divulgados recentemente pelos terroristas, segundo a agência Associated Press, mostra como um militante age para decapitar o refém ocidental e termina com ameaças ao norte-americano Peter Kassig.

Se for confirmada a veracidade do vídeo, seria o quarto refém ocidental assassinado pelo grupo, depois dos jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Sotloff, e do também trabalhador humanitário britânico David Haines.

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O anúncio do assassinato de Henning surge poucos dias depois de que aviões Tornado da força aérea do Exército britânico começaram a atacar posições do Estado Islâmico no Iraque, na operação conjunta com os Estados Unidos e seus aliados árabes na região (Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes). O próprio primeiro-ministro britânico, David Cameron, visitou esta semana as bases do Chipre das quais partem os Tornados. França, Austrália e Canadá se uniram também à missão contra os jihadistas.

Pouco depois de o Ministério da Defesa anunciar os ataques, a mulher do refém britânico, a pedido do Governo, implorava aos captores em uma mensagem gravada em vídeo para que libertassem seu marido. “Estou certa de que aqueles que desejam ser vistos como um Estado”, dizia Barbara, a mulher, “agirão à altura dos homens de Estado, mostrando piedade e concedendo clemência”.

Henning, apelidado de Gadget por seus amigos, pai de dois filhos adolescentes, foi capturado por membros do Estado Islâmico quando viajava pela Síria com ajuda humanitária em 26 de dezembro.

Essa era a segunda vez que o taxista de Eccles, em Manchester, viajava em um comboio dessas características ao país, depois de ter ajudado a arrecadar fundos para poder comprar as ambulâncias e o material médico que transportavam.

Sobreviventes daquele comboio descreveram dias depois como ele foi separado do restante dos homens armados que rodeavam um armazém onde estava o material médico que transportavam perto da fronteira com a Turquia. “É um homem cheio de compaixão, uma pessoa comum, um simples taxista que queria fazer o bem”, disse um dos organizadores daquele comboio, Kasim Khaamel, da mesma profissão e cidade de Henning.

Pode-se ver a imagem de Henning e seu nome citado no final do vídeo –postado na Internet pelo Estado Islâmico e intitulado Uma Mensagem aos Aliados dos Estados Unidos– que mostrava o assassinato de David Haines. Seu executor, com um acentuado sotaque londrino, agarrava Henning enquanto dizia: “Se você, Cameron, persiste em atacar o Estado Islâmico, então você, como seu patrão Obama, terá o sangue do seu povo em suas mãos”. Outro cidadão britânico, o fotógrafo John Cantlie, permanece em mãos do mesmo grupo.

Desde a aparição na Internet do vídeo com a ameaça a Henning, numerosos líderes muçulmanos pediram a libertação do refém, entre eles o xeque Haitham al Haddad, estudioso e líder comunitário de origem palestina, residente em Londres.

Nesta mesma terça-feira pela tarde, o idoso pai de John Cantlie fez um chamado, da cama de um hospital, aos captores do filho para que o libertem. “Esta não é a maneira que imaginava passar meu aniversário de 81 anos”, diz, antes de acrescentar que não pode pensar “em maior alegria do que voltar a ver meu filho”.

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