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Trinta países decidem usar “todos os meios, inclusive militares” contra o EI

A reunião sobre o Iraque em Paris é feita enquanto caças franceses Rafale já realizam voos de reconhecimento sobre posições jihadistas

Carlos Yárnoz

Os trinta países participantes da Conferência Internacional sobre a Paz e a Segurança no Iraque, realizada nesta segunda-feira em Paris, se comprometeram a dar andamento com urgência a “todas as medidas necessárias para lutar eficazmente contra o Estado Islâmico”, incluindo “uma ajuda militar apropriada”. Essa é a principal conclusão do comunicado conjunto desse encontro convocado pelo presidente François Hollande, que pretende obter para a França um papel preponderante na resposta internacional contra os jihadistas, com os Estados Unidos na primeira fila.

Os representantes reunidos não informaram qual será o grau de participação de cada um, o que inclui bombardeios aéreos, colaboração com serviços secretos, ajuda humanitária e controle de fronteiras para evitar a chegada de combatentes estrangeiros. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, alertou que são 51 os países de onde saem jihadistas para somar-se ao EI. Só da França mais de 900 se deslocaram.

O presidente do Iraque, o curdo Fuad Massum, também fez petições concretas, além de repetir que os apoio aéreos são vitais para seu Exército e de lançar um apelo angustiado ao apoio internacional, depois de descrever os ataques jihadistas selvagens que incluem “a purificação religiosa”.

Entre os participantes do encontro destacam-se os ministros de Relações Exteriores dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança, assim como dez Estados vizinhos do Iraque e Síria, onde o EI atua, no caso Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Líbano, Jordânia, Kwait, Omã, Catar e Turquia. Também participaram representantes da ONU, da UE e da Liga Árabe.

A grande ausência foi a do Irã, que se opõe a toda ação militar na Síria. Tanto Hollande, que pediu compromissos “claros” aos reunidos, quanto o comunicado final se referem a todo momento a ações no Iraque. Não há menção à Síria, onde o EI tem seu quartel-general. Tanto a Rússia quanto o Irã rechaçam toda intervenção militar da comunidade internacional nesse país. Mesmo assim, o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Ibrahim Al Yafari, agradeceu ao Irã em Paris por seu apoio inicial para deter o EI em agosto.

A França, que não participou da invasão do Iraque em 2003 e agora já fez quatro entregas de armas aos curdos e mantêm instrutores militares sobre o território, deu nesta segunda-feira outro passo em sua própria estratégia no sentido do avanço europeu no conflito. Caças-bombardeiros Rafaele sediados em Abu Dhabi realizaram pela manhã mais de uma dezena de voos sobre o Iraque para selecionar possíveis objetivos do EI a serem bombardeados. A operação foi supervisionada na própria base pelo ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

“A ameaça global merece uma resposta global” e “França fará sua parte”, tinha destacado Hollande no início da conferência. “Não há tempo a perder”, acrescentou. “Isso afeta todo mundo”, declarou Fabius no fim da reunião. “Não há outra opção além de defender-se”, enfatizou. Para o Iraque, como destacou seu ministro das Relações Exteriores, a reunião de Paris deixou um princípio fundamental: “Nenhum país do mundo será abandonado à própria sorte se for atacado por uma organização terrorista”.

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