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Netanyahu usa o auge do jihadismo em sua guerra com o Hamas

O primeiro-ministro israelense afirma que a operação na Faixa de Gaza não acabou

Palestinos inspecionam os restos do veículo do dirigente do Hamas Mohamed Ghoul, atingido neste domingo em um ataque contra Gaza.
Palestinos inspecionam os restos do veículo do dirigente do Hamas Mohamed Ghoul, atingido neste domingo em um ataque contra Gaza.Adel Hana (AP)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está há semanas comparando o Hamas com as grandes milícias jihadistas do Oriente Médio. Agora, com as crises no Iraque e na Síria inflamadas e o Estado Islâmico (EI) transformado em um selvagem depreciado em todo mundo após a decapitação do jornalista norte-americano James Foley, sua mensagem se tornou mais dura e ainda mais clara: "O Hamas é o EI (Estado Islâmico do Iraque e do Levante) e o EI é o Hamas", afirmou nesta manhã, usando ainda a antiga denominação do grupo, Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Antes de iniciar a reunião regular do conselho de ministros, Netanyahu afirmou que ambos "atuam da mesma maneira", que são "galhos da mesma árvore venenosa", que "sequestram, matam e executam seu próprio povo". O líder do Likud acusa ambos de quererem estabelecer um "governo islâmico, califados sem direitos humanos" mediante o "sacrifício" das minorias. Em busca de apoio internacional para sua Operação Limite Protetor após um mês e meio de conflito travado, o premiê afirmou que o mundo "entende cada vez mais" a idêntica maneira de atuar dos dois grupos islamitas. "Israel continuará do lado do mundo civilizado contra o Islã extremista e violento".

Netanyahu também garantiu que o Movimento de Resistência Islâmico Hamas continuará "pagando" por seus "crimes", e afirma que a ofensiva não terminou, que não terminará até que leve calma a seus cidadãos, e que isso pode "levar tempo", um aviso que bate de frente com declarações como as do ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, que não entende como ele prolongou um conflito que não deveria ter durado "nem uma semana e meia".

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Durante o enterro, este domingo, do pequeno Daniel Tregerman, o primeiro israelense morto pelos militantes no sul do país durante as hostilidades atuais, muitas vozes se levantaram contra o Governo e sua "falta de contundência" na hora de frear a ameaça dos disparos de foguetes. Hoje já são 80 projéteis. Há três feridos, dois graves, todos árabes israelenses que iam à passagem de Erez buscar familiares enfermos que saíam de Gaza quando houve uma salva de foguetes que obrigou o fechamento das instalações até nova ordem.

Em Gaza, o domingo deixa mais 13 mortos e quase 40 feridos, segundo o Ministério da Saúde local. Israel atacou a Faixa em 27 ocasiões. No bairro de Tal Al Zaatar, no norte, cinco pessoas de uma mesma família foram mortas, incluindo três menores. Além disso, o Exército comunicou o assassinato de Mohamed al Ghoul, suposto responsável pelas transferências de dinheiro para o Hamas, ministro da Justiça até junho passado, quando começou a trabalhar o novo Governo de unidade nacional palestina. Os islamitas não confirmaram sua morte.

No Cairo, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, adiantou à televisão egípcia que nos próximos dias vai apresentar uma proposta "surpresa" e "pouco ortodoxa" para resolver não apenas a crise em Gaza, mas também a questão palestina em bloco. Avisa que não receberá, a priori, uma grata acolhida por parte dos EUA, mas que já tem o apoio do mundo árabe. Apresentará a John Kerry, secretário de Estado norte-americano, quando ele estiver em viagem pela região, possivelmente nesta semana.

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